Ex-prefeito de Salvador da época da ditadura lamenta não ter sido eleito pelo povo

O ex-prefeito Manoel Castro foi o homenageado desta quarta-feira (20) no projeto Lembranças do Futuro de Salvador, organizado pela Câmara Municipal. Em entrevista à imprensa antes do evento, o ex-mandatário da cidade entre 1983 e 1985 afirmou que não faria nada diferente do que fez no período, se orgulhando de sua atuação à frente da prefeitura soteropolitana.

“Eu, quando cheguei aqui, sabia exatamente qual era a minha contribuição diante da realidade. Nós tínhamos muitos problemas e, na verdade, nós precisávamos trabalhar melhor da organização administrativa, para cuidar dos mais carentes, dos mais necessitados, mas da própria arrumação administrativa da cidade. Eu faria tudo de novo”, declarou Manoel Castro.

Escolhido pela Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) na reta final da ditadura militar que governava o Brasil, Manoel Castro lamentou apenas não ter sido eleito pelo voto direto do povo de Salvador.

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“Eu gostaria muito de ter chegado à prefeitura pelo voto direto da população. No entanto, fui um prefeito nomeado. Mas, mesmo assim, fiz o que eu faria se tivesse sido eleito. Dei tudo de mim para colaborar pela cidade”, avaliou o ex-prefeito.

Manoel Castro era filiado ao PDS, partido que dava sustentação política à ditadura militar. Na Bahia, o partido era liderado pelo ex-governador Antônio Carlos Magalhães, o ACM, de quem o ex-prefeito era apadrinhado no período.

O projeto Lembranças do Futuro de Salvador já recebeu outros ex-prefeitos da cidade, como Lídice da Mata (PSB), Antônio Imbassahy (PSDB) e João Henrique Carneiro (sem partido). Ao final dos encontros na Câmara de Vereadores, a casa deve confeccionar a Carta Para Salvador, a ser entregue ao prefeito Bruno Reis (União Brasil) e ao governador do estado Jerônimo Rodrigues (PT), com sugestões para a cidade.