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Bolsonaro nega envolvimento com empresas e acusa jornal de "fake news"

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Reportagem da Folha publicada na quinta-feira (18) mostrou que empresas estavam comprando pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp.   |   Bnews - Divulgação Folhapress

Publicado em 20/10/2018, às 18h07   Folhapress


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O candidato Jair Bolsonaro (PSL) afirmou "não ter nada a ver" com as ações promovidas por meio do aplicativo WhatsApp contra seu adversário na corrida presidencial, Fernando Haddad (PT).

"Eu não tenho nada a ver com isso", disse, ao ser questionado sobre o tema, neste sábado (20),

Reportagem da Folha publicada na quinta-feira (18) mostrou que empresas estavam comprando pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp.

O tema tornou-se alvo de apuração da Polícia Federal, que abriu investigação neste sábado (20), após pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

"Eu não preciso de fake news arranjando dinheiro para jogar fora do Brasil. Dinheiro da onde? Eu não tenho esse tipo de contatos com bandidos. Quem tem é o PT."

A declaração foi feita em entrevista concedida entre gravações do programa eleitoral, no Rio de Janeiro.

Bolsonaro afirmou que a Folha "há muito vem fazendo fake news" contra ele e citou as reportagens do jornal que revelaram a existência de uma funcionária fantasma em seu gabinete.

"Até a própria questão da Wal [Walderice Santos] em janeiro, ela estava de férias. Quem diz isso? O boletim da Câmara de 20 de dezembro.

A Folha baseou as reportagens sobre a funcionária fantasma em diversos indicativos, entre eles duas visitas à Vila Histórica de Mambucaba, distrito de Angra dos Reis (RJ) com pouco mais de 1.000 habitantes, local em que Walderice mora.

Todos os habitantes da pequena vila que foram entrevistados em janeiro e agosto disseram nunca ter ouvido falar de qualquer atividade legislativa de Walderice. Segundo eles, ela prestava serviços domésticos a Bolsonaro, que tem uma casa de veraneio no local. O marido de Wal é caseiro do candidato.

Apesar de pelos registros da Câmara ela ter tirado férias em janeiro, a Folha voltou à cidade em agosto, período em que ela deveria estar cumprindo carga horária diária de 8 horas em atividades legislativas, e comprovou que ela trabalhava, na verdade em uma lojinha de venda de açaí. Após essa segunda reportagem, Bolsonaro a exonerou do gabinete.

O presidenciável também não apresentou ou soube dizer nenhum exemplo específico de atividade legislativa prestava por Walderice desde 2003, ano em que aparece pela primeira vez nos registros da Câmara como secretária parlamentar de Bolsonaro.

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