Eleições

Debate na Band: presidenciáveis esboçam primeiras propostas em embate pulverizado

Marlene Bergamo/Folhapress
Ausência de Lula foi registrada pelo mediador Ricardo Boechat  |   Bnews - Divulgação Marlene Bergamo/Folhapress

Publicado em 10/08/2018, às 01h21   Eliezer Santos


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Em um debate pulverizado, oito dos 13 presidenciáveis anunciaram suas propostas, nesta quinta-feira (9), na TV Bandeirantes, na largada dos embates até as eleições de outubro.

Participaram Álvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede). O candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba, foi impedido de comparecer. O programa foi mediado pelo jornalista Ricardo Boechat.

Baseado em critério legal, todos os candidatos com coligações com mais de cinco congressistas têm direito de participar. 

Na primeira rodada de perguntas, os candidatos patinaram em responder de forma objetiva sobre medidas para superar a crise, gerar emprego e renda, mas de maneira geral sinalizaram a urgência em novas arrumações no modelo econômico do país.      

Já no segundo bloco, o ponto alto foi um questionamento feito por jornalistas sobre aborto que gerou confronto direto entre Boulos e Marina Silva.  

“Não somos a favor do aborto, somos a favor que as mulheres tenham direito de decidir [...] no nosso governo o aborto não vai ser tema do Código Penal, vai ser do SUS, é questão de saúde pública”.

Marina, por vez, considerou que o tema é “complexo” e que manteria o que está previsto atualmente em lei, podendo realizar plebiscito caso haja pleito no sentido de ampliar a legislação da matéria.

A partir do terceiro bloco, com nova rodada de embates diretos, os candidatos trouxeram à tona questões mais pontuais, como a operação Lava Jato, que passaria a ser institucionalizada conforme proposta de Álvaro Dias. “Uma tropa de elite contra a corrupção”, resumiu, ao citar que convidaria o juiz federal Sérgio Moro para ser ministro da Justiça.

Questionado por Meireles sobre posicionamento editorial do PSDB que tratou o Bolsa Família como “populismo rasteiro”, Geraldo Alckmin prometeu “ampliar” o alcance do programa.

Meireles, por sua vez, foi apontado por Guilherme Boulos como “candidato de Temer” e expandiu o ataque a outros adversários. “Aqui tem 50 tons de Temer”.

“Eu sou o candidato do emprego, da renda e do crescimento”, rebateu o postulante do MDB, acentuando que não trabalhou para Lula, nem para Temer, mas “trabalhou para o Brasil”.

Em tréplica, Boulos sustentou que Meireles é banqueiro e que milita por interesses diferentes dos da maioria da população. “É raposa cuidando do galinheiro”.

Já Ciro Gomes, anunciou que, se eleito, ajudará os brasileiros endividados a ficarem com o nome limpo.

Quando o tema em debate foi corrupção de agentes políticos em cargos públicos, o candidato Geraldo Alckmin disse que, em seu eventual governo, vai “escolher os melhores quadros da sociedade, não precisa ser de partido”. Ele declarou ainda que as “agências reguladoras ficarão a mil quilômetros de partidos políticos”.

“A forma como se ganha determina a forma como se governa”, ponderou Marina ao criticar a composição de Alckmin com partidos do grupo que ficou como Centrão, tornando, segundo ela, frágil a promessa do tucano.

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