Política

Com demissão de Prates, Petrobras terá sexto presidente em três anos

Petrobras enfrenta mais uma troca de comando - Fernando Frazão/Agência Brasil
Magda Chambiard vai assumir o posto mais alto da petroleira  |   Bnews - Divulgação Petrobras enfrenta mais uma troca de comando - Fernando Frazão/Agência Brasil

Publicado em 15/05/2024, às 09h20   Redação



A demissão de Jean Paul Prates do comando da Petrobras, anunciada pelo governo federal nesta terça-feira (14), fará com que a estatal tenha seu sexto presidente em pouco mais de três anos.

Desde abril de 2021, já sentaram na cadeira mais alta da companhia Roberto Castello Branco, Joaquim Silva e Luna, José Mauro Coelho, Caio Paes de Andrade e Jean Paul Prates.

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Agora, Magda Chambriard vai assumir o posto. Ela é engenheira e ex-funcionária da petroleira. Além disso, comandou a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) durante o governo de Dilma Rousseff.

Ela é vista pelo mercado como uma liderança mais nacionalista do que Prates, que tentou equilibrar as demandas mais protecionistas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sem se distanciar tanto dos interesses de investidores privados.

Relembre os últimos presidentes da Petrobras:

Jean Paul Prates (de janeiro de 2023 a maio de 2024)
Prates já vinha sofrendo um forte processo de fritura nos meses que antecederam sua demissão, após ser criticado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, por se abster em votação de proposta do governo para reter dividendos extraordinários referentes ao resultado de 2024, medida que tinha sido negociada com Lula.

Caio Paes de Andrade (junho de 2022 a janeiro de 2023)
Último presidente da Petrobras no governo de Jair Bolsonaro, Andrade foi o nome que enfrentou maior resistência interna na estatal. Ele foi indicado pelo então chefe do Executivo para “dar nova dinâmica" aos preços dos combustíveis no país.

A gestão dele foi marcada pela série de reduções nos preços dos combustíveis, anunciadas em meio ao processo eleitoral.

José Mauro Coelho (abril de 2022 a junho de 2022)
Ex-secretário de Minas e Energia, Coelho não foi a primeira escolha de Bolsonaro para substituir Joaquim Silva e Luna, mas foi a opção do então presidente após a desistência do consultor Adriano Pires, cujo nome foi questionado por prestar serviços a clientes e concorrentes da estatal.

A saída de Coelho da petroleira foi conturbada, após ele resistir a renunciar, mesmo com o anúncio da demissão e já do nome do substituto por Bolsonaro, no fim de maio. A postura do então presidente da companhia retardou o processo de troca de comando, que só foi se encerrar em junho.

Joaquim Silva e Luna (abril de 2021 a abril de 2022)
O general Silva e Luna foi o segundo presidente mais longevo da Petrobras no governo Bolsonaro. Ele presidia a Itaipu Binacional quando foi convidado para substituir Castello Branco.

Após um ano no cargo, o militar foi demitido depois de reajustes no preço dos combustíveis. Ao deixar o posto, ele defendeu que a Petrobras "é fiscalizada por mais de duas dezenas de órgãos de fiscalização e controle e possui uma robusta governança em conformidade e sustentabilidade". Disse ainda que "não há espaço para aventureiros na estatal".

Ele também foi alvo de Bolsonaro pelo alto salário da estatal e o chefe do Executivo já negociava um sucessor quando demitiu o general. Silva e Luna deixou a Petrobras dizendo-se traído pelo presidente da República.

Roberto Castello Branco (janeiro 2019 a abril de 2021)
Castello Branco foi o mais longevo presidente da Petrobras sob a gestão de Bolsonaro no governo federal. Indicado ainda no período de transição pelo então futuro ministro da Economia Paulo Guedes, ele chegou na petroleira com altas expectativas e grande respaldo.

Castello Branco entrou em processo de fritura, porém, no fim de 2020, após o período mais grave da pandemia, quando a recuperação das cotações internacionais do petróleo fez com que os preços dos combustíveis disparassem no Brasil.

Bolsonaro também chegou a criticar o então chefe da Petrobras por trabalhar de home office na pandemia, com um salário elevado, antes de anunciar em live a demissão dele.

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