Política

Entidade cobra mais atuação a profissionais formados em engenharia

Publicado em 25/04/2014, às 18h18   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



Os 80 anos do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-BA) foram comemorados em uma sessão especial proposta pelo deputado estadual Marcelino Galo (PT), na Assembleia Legislativa da Bahia. Parlamentares, estudantes, profissionais, representantes de entidades, entre outras autoridades participaram do evento, realizado na manhã desta quarta-feira (23), no plenário da Casa Legislativa.

Um vídeo institucional abriu os trabalhos. Em seguida, o propositor do evento, Marcelino Galo lembrou que o Crea foi fundado nas dependências da Escola Politécnica da Ufba, que completou recentemente 117 anos, e destacou a atuação dos ex-presidentes da organização. Reiterou que o Conselho esteve presente na batalha pela democratização do País e citou o papel do Crea na busca pela modernização do atendimento ao público e apoio a demandas sociais, como a mobilidade urbana e combate aos impactos ambientais. “O Crea cumpriu com suas obrigações democráticas ao longo da sua história fazendo críticas e propondo soluções que minimizam os impactos para a sociedade”, observa.

Planejamento - O presidente do Crea-BA, engenheiro mecânico Marco Amigo lembrou acontecimentos históricos, como a Segunda Guerra Mundial e a Constituição de 1934, ocorridos próximo a data de fundação do Conselho e chamou atenção para a importância da engenharia construtiva ser repensada sob o viés do planejamento. “Da década de 60 para cá, por exemplo, a Coreia conseguiu se desenvolver seis vezes mais rápido por causa do planejamento e educação e é nesta ótica que precisamos caminhar”. Amigo ainda destacou a importância de cada modalidade abrangida pelo Conselho (engenharias, agronomia, geologia, geografia, meteorologia nos níveis superior e técnico). “Não importa a modalidade, mas que tenhamos compromisso com nossa Nação, sob aspectos políticos e desenvolvimentista”.

Ao tempo em que reivindicou uma maior participação dos 12 deputados (formados em profissões ligadas ao Sistema Confea/Crea e Mútua) nas causas ligadas à área tecnológica, o presidente do Sindicato dos Engenheiros da Bahia (Senge), engenheiro civil Ubiratan Félix, também chamou a atenção dos profissionais para se dedicarem às causas sociais. “É preciso que os profissionais colaborem também com o Estado e com a sociedade, assim como o Crea que foi além da regulamentação e abraçou às demandas sociais”, observa.

O vice-presidente da Fieb, Carlos Gantois ressaltou a importância do Crea para o fortalecimento e qualificação da engenharia na Bahia. “O Conselho vem cobrando a representação técnica e ética nos serviços de engenharia e a Fieb coloca-se como parceira, até porque 90% das indústrias baianas são do segmento da engenharia”, afirma.

Participação feminina - A contribuição das mulheres para a história dos 80 anos do Crea foi lembrada pela diretora-geral da Mútua-BA, engenheira de produção Ineivea Farias. Ela também relacionou o sucesso da trajetória da organização com o trabalho realizado pela Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea e ainda parabenizou o Conselho pelos investimentos realizados na área social, com o lançamento do Programa Sanear Mais Bahia, desenvolvido em parceria com a Funasa que vai ajudar na elaboração dos Planos de Saneamento para 50 municípios com população inferior a 50 mil habitantes.

O compromisso com as demandas sociais nortearam o pronunciamento do coordenador da Escola Politécnica da Ufba, engenheiro civil Luís Edmundo Prado de Campos. Segundo o professor, os Escritórios de Engenharia Pública e o benefício às comunidades carentes, que não têm condições financeiras de contratar um profissional habilitado, são as melhores formas de a engenharia dialogar com a sociedade. “É uma boa forma de comemorar a nossa profissão”, frisa. Comungando com a mesma opinião, o ex-presidente do Crea, engenheiro agrônomo Jonas Dantas, ressaltou a contribuição do Crea no fortalecimento da cidadania do país.
Representando a comunidade estudantil, Thiago Pacheco, estudante da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), destacou que o gargalo da engenharia nacional ainda é a formação. “Temos uma grande demanda de mão de obra, mas ainda encontramos deficiências no ensino, portanto, apelamos ao Crea para que acompanhe também a formação profissional”, observa.

A falta de vozes da área técnica no Congresso Nacional foi reforçada pela deputada Maria Del Carmem (PT). A parlamentar, que é engenheira civil por formação, solicitou o engajamento dos profissionais para que a priorização de ações voltadas à área tecnológica seja pauta política. “Não temos representatividade para definir e influenciar a aplicação de recursos, portanto, os 80 anos do Crea é o momento de refletirmos o nosso papel no desenvolvimento do país”, coloca.

O secretário de Desenvolvimento Urbano da Bahia, Manuel Ribeiro, finalizou o evento, convidando o Crea para assumir uma postura mais arrojada em relação aos temas nacionais. “É preciso que a organização ajude na proposição de leis que favoreçam o reconhecimento das profissões e colabore nacionalmente para um ambiente sadio entre os negócios de engenharia público e privados”. Ainda na noite de ontem, conselheiros, profissionais, representante de entidades, funcionários e demais autoridades comemoraram os 80 anos do Crea em um jantar no Sheraton Hotel da Bahia.

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