Uma supersala que servirá para reuniões e videoconferências do Ministério dos Transportes custou a bagatela de R$ 2,7 milhões aos cofres públicos. O local ficará a disposição do ministro César Borges (PR), que fechou o contrato dos serviços 12 dias após a sua posse neste ano.
O alto valor chamou a atenção da imprensa nacional, que questionou ao ministro o investimento dos equipamentos para a sala. Por meio de nota, a assessoria de Borges disse ao Folha de S. Paulo que o republicano reconhece o exagero e está, curiosamente, "Surpreendido com o valor elevado” e que “determinou a imediata verificação das reais necessidades do ministério, com vistas a eventual redução de custos", disse.
A sala, que deve estar pronta até janeiro, terá um sistema de áudio e vídeo que permite pôr no ar até cem usuários ao mesmo tempo, um videowall formado por nove telões de 46 polegadas cada um e 15 monitores de vídeo, que custaram R$ 223,5 mil.
A mesa de reuniões em formato de "U" sairá por R$ 51 mil. Ao preço unitário de R$ 3,8 mil, as 27 cadeiras terão assentos de couro e um "movimento com ponto de giro avançadíssimo de reclinação". Cada um dos 27 microfones com LED indicador de atividade custará R$ 1,99 mil. A peça mais cara é o centro de controle de multipontos de videoconferências: R$ 199 mil. O sistema de processamento de áudio saiu por R$ 78 mil.
A reportagem do Folha de S. Paulo procurou em três lojas de venda de equipamentos de informática, em Brasília e em São Paulo, o preço de alguns equipamentos e descobriu que eles não são muito diferentes dos registrados no pregão do ministério.
O microfone sem fio UHF varia de R$ 1,4 mil a R$ 2 mil. A câmera HD para videoconferência foi encontrada em promoção por R$ 23 mil, R$ 6.000 mais barata. Mas o switcher para corte e edição custa até R$ 9.000 a mais.
Publicada no dia 13 de outubro de 2013, às 10h37
