Política

Governo "dá gelo" na Assembleia esperando dias melhores

Imagem Governo "dá gelo" na Assembleia esperando dias melhores
Sem clima para aprovar projetos, deputados derrubam sessão e adiam votações  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 18/09/2013, às 08h41   Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)


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A semana será perdida na Assembleia Legislativa, ao menos, no que se refere à votação de projetos. A base aliada está em “crise” e não existe ambiente para aprovar matérias, principalmente, as do Poder Executivo. O próprio líder da bancada, deputado José Neto (PT), reconheceu que vai esperar a “poeira baixar” antes de tocar a pauta.

O líder da oposição, Elmar Nascimento (PR), por outro lado, coloca na conta do governo a obrigação de dar quórum. “A nossa bancada está unida e coesa. Nós temos o compromisso de discutir os projetos que forem colocados para votar”. De acordo com Nascimento, a crise na bancada do governo pode estar ligada ao fato de diversos secretários estarem em plena pré-campanha, o que desagrada os parlamentares aliados.

Na última semana, o clima esquentou no Palácio Luís Eduardo Magalhães. A sessão acabou sob forte tensão com troca de acusações entre governistas, oposicionistas e o presidente. Uma discussão “acalorada” entre Marcelo Nilo (PDT) e Luís Augusto (PP) colocou fogo no plenário. A sessão foi encerrada apenas na manhã de quarta-feira (11) tendo sido iniciada às 14h45 do dia anterior.


Ato contínuo, os deputados da minoria se recusaram a participar da Assembleia Itinerante realizada em Camaçari na quinta-feira (12). Os presentes, entre deputados e atores políticos do município, não economizaram nas críticas e dispararam contra os ausentes. O ex-prefeito Luiz Caetano (PT) e o atual Ademar Delgado (PT) não perderam a oportunidade.

A crise financeira do estado e o eminente “corte na carne” antecipado em reunião entre deputados e o governador Jaques Wagner, realizada há duas semanas, também exercem influência para deixar o clima beligerante. Zé Neto nega que isto esteja na agenda, mas nos corredores do anexo Senador Jutahy Magalhães, novo prédio onde estão localizados os gabinetes das lideranças, a conversa não é outra.

O desabafo da deputada Maria Luiza Laudano (PSD) na manhã desta terça-feira (17) sobre a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) é ilustrativo. Sendo este o colegiado mais importante da Casa é interessante que seja produtivo, contudo, de acordo com a parlamentar, há três semanas não se vota um projeto. A razão, ainda conforme Maria Luiza, é a falta de quórum.


"Acordo cedo, chego aqui antes do expediente, me preparo, quando chego aqui (na comissão) os pares marcam presença e depois de cinco minutos derrubam a reunião. É uma falta total de respeito. Não adianta ter o discurso que quer votar, se na CCJ não conseguem manter o quórum. é um absurdo".


O colegiado é presidido por Joseildo Ramos (PT), tem como vice-presidente Carlos Geilson (PTN) e entre os membros titulares Bira Corôa (PT), Bruno Reis (PRP), Euclides Fernandes (PDT), Luiz Augusto (PP), Maria Luiza Laudano (PSD) e Mario Negromonte Júnior (PP). Além dos suplentes Aderbal Caldas(PP), Elmar Nascimento(PR), Luiza Maia(PT) e Zé Raimundo(PT). A reportagem do Bocão News tentou contato telefônico com Joseildo, mas não foi atendida.

Na próxima semana, os projetos deixados de lado devem ser retomados, com eles os relatórios do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre as contas de 2010 e 2011 do governo do estado. A promessa é de novo embate prolongado. Mas a oposição rechaça a teoria de que fará obstrução por obstrução.

“No dia em que decidirmos fazer obstrução anunciaremos e vamos colocar os 16 deputados da bancada para utilizar todos os espaços regimentais. O que temos feito é discutir os projetos. Esta é uma obrigação dos deputados e vamos continuar fazendo”.

Este último quadrimestre de 2013 promete ser dos mais reveladores no Legislativo baiano. A conferir.

Publicada no dia 17 de setembro de 2013, às 18h21

Classificação Indicativa: Livre

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