Política

Empresas devedoras doam mais de meio bilhão em campanhas políticas

Reprodução
Juntas, elas devem mais de R$ 1,5 bilhão à Receita Federal  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 05/08/2013, às 18h31   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



Tema de uma das maiores discussões da reforma política, o financiamento de campanhas volta à discussão desde o último mês. Em reportagem da Folha de S. Paulo desta segunda-feira (5) apurou-se que grandes empresas brasileiras, que devem quase R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos realizaram doações de R$ 695,8 milhões às campanhas de 2010.

As 10 maiores empresas inscritas na Dívida Ativa da União – lista de devedores que, segundo o governo, não pagaram impostos ou deixaram de recolher a contribuição para a Previdencia Social – são: Bombril, que injetou R$ 150 mil na campanha de Dilma Rousseff e tem um débito de mais da metade dos quase R$ 1,5 bilhão; Copersucar, um dos maiores grupos de venda de açúcar e etanol, doou R$ 4,35 milhões para Dilma, Serra, Marina e ao PT em geral. A dívida passa de R$ 147 milhões; JBS deve R$ 66 milhões e injetou R$ 18,1 milhões nas campanhas de Dilma e Serra, assim como para o PT, DEM, PMDB e o PSDB; a farmacêutica Infan deve R$ 99,3 milhões, mas doou R$ 100 mil a Dilma.

Ainda estão na lista a Bracol Holding, a Santa Bárbara Engenharia, a Veha Engenharia Ambiental – que presta serviços de limpeza para a Prefeitura de Salvador, a Usina Naviraí, a Iesa e a Usina da Barra.

De acordo com a publicação, os partidos políticos receberam, no total, R$ 695,8 milhões. Destes, R$ 198,5 milhões, ou seja, 28%, vieram de empresas devedoras. São 76 empresas que devem à Receita Federal.

Desse grupo, 31 empresas doaram mais do que devem. Ou seja, elas teriam condições suficientes para quitar suas dívidas.

As empresas argumentam que todas as doações efetuadas nas campanhas foram legais e que não buscavam vantagens de nenhuma ordem. Mas o que leva empresas devedoras preferirem doar seus recursos aos políticos ao invés de pagar suas dívidas para o próprio governo não foi dito.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp