Publicado em 10/03/2013, às 17h04 Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)
Depois de ficar preso por 266 dias no ano passado sob acusação de comandar uma rede de tráfico de influência envolvida com negócios públicos e jogos ilegais, Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, está aos poucos restabelecendo velhas conexões políticas e empresariais.
Argumentando que as provas da Operação Monte Carlo serão anuladas, Cachoeira faz reuniões em casa com amigos e empresários, especialmente do setor de coleta de lixo. Entre os convidados, está Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta Construções no Centro-Oeste, vizinho do contraventor e também réu na Justiça.
O que Cachoeira ainda não conseguiu foi marcar sua volta à sociedade de Goiânia. Sua mulher, Andressa Mendonça, é requisitada em festas e eventos sociais. "Ele nunca foi das 'altas rodas' da capital. É de Anápolis e, por mais que tenha dinheiro, não é de família tradicional", diz um parlamentar que atuou na CPI do Cachoeira na Assembleia de Goiás.
A comissão terminou em pizza na última semana, sem indiciamentos ou relatório final. Segundo deputados da oposição, os aliados do governador Marconi Perillo (PSDB) literalmente se esqueceram de votar o texto.
Mesmo condenado, Cachoeira aguarda em liberdade o trânsito em julgado da sentença. O Ministério Público avalia a possibilidade de novas denúncias por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e corrupção. Uma força-tarefa foi montada para analisar o fluxo financeiro da organização criminosa, e os volumosos saques em espécie já despertaram a atenção dos investigadores.
O nome de Carlinhos Cachoeira ganhou repercussão nacional em 2004 após a divulgação de vídeo gravado por ele onde Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil José Dirceu, lhe faz pedido de propina para arrecadar fundos para a campanha eleitoral do Partido dos Trabalhadores e do Partido Socialista Brasileiro no Rio de Janeiro. Em troca, Diniz prometia ajudar Carlinhos Cachoeira numa concorrência pública carioca. A divulgação do vídeo se transformou no primeiro grande escândalo de corrupção do governo Lula.
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