Política
Publicado em 26/01/2021, às 08h55 Raul Aguilar
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), criticou os argumentos utilizados pela Anvisa na manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF), durante entrevista ao jornal da Globo News, para negar a análise da documentação para uso emergencial da vacina Sputinik V. O governo do estado entrou com um pedido no STF para que o órgão federal se manifeste acerca da decisão de não analisar o imunizante russo para uso no país.
“Queremos que a Anvisa se debruce, diga se a vacina é boa ou ruim, se vale ou não. Eles dizem que só terão condição de analisar após estudo; com isso a população demoraria anos para ter a vacina. Não entendo como analisar vacina em meio à uma pandemia coloca em risco à soberania nacional. Na minha opinião isso é não priorizar a vida humano. No Brasil, a minha percepção é de que estamos reféns de corporações”, desabafou Rui Costa.
Costa reforçou que o desejo da Bahia é que haja o estudo da eficácia da vacina, para que a partir daí o laboratório responsável pela Sputinik V, que no país é a Neo Química, possa ter formalizado o pedido de uso emergencial no Brasil, sem que haja a necessidade de realizar teste no país, prerrogativa que é defendida pela Anvisa no comunicado ao Supremo para examinar o imunizante Russo.
O chefe do executivo da Bahia lembrou que países como Argentina e México já começaram o processo de vacinação com o imunizante da Rússia, sem que tenha sido realizado um estudo no país. Ele cita que o imunizante mais utilizado na China, do laboratório Sinofarm, que já imunizou mais de 15 milhões de indivíduos, se viesse ao Brasil, com essa decisão da Anvisa, não poderia ser utilizado, o que classificou como "absurdo".
Medição
O gestor da Bahia lembrou do atrito com a Anvisa no início da pandemia do novo coronavírus, quando tentou implementar um processo de medição nos turistas que chegavam à Bahia.
“Com esse comportamento da Anvisa, tenho que me lembrar do início da pandemia, quando o estado da Bahia tomou a atitude de tentar conter a entrada do vírus e foi medir a temperatura nos aeroportos e a Anvisa entrou na justiça para impedir que o estado fizesse isso, alegando que essa é a atribuição da Anvisa, interpretação que acabou prevalecendo no STF. Eles não mediram, disseram que não tinha funcionários, não fizeram e não deixaram fazer”, criticou Rui Costa.
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