Política

Sem foro privilegiado, caso do QG da propina de Crivella será analisado pela 1º instância do Rio de Janeiro

Marcos de Paula/Prefeitura do Rio
Crivella, que está em prisão domiciliar, é acusado de liderar um esquema de corrupção que pagava credores da prefeitura em troca de propina  |   Bnews - Divulgação Marcos de Paula/Prefeitura do Rio

Publicado em 04/01/2021, às 11h16   Redação BNews



Com a saída do comando da Prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), perdeu a prerrogativa de foro, o que fará com que o caso conhecido como “QG da Propina” seja deslocado para a primeira Instância da Justiça carioca.

Crivella, que está em prisão domiciliar, é acusado de liderar um esquema de corrupção que pagava credores da prefeitura em troca de propina. Ele está em prisão domiciliar.

A desembargadora Rosa Helena Macedo Guita, relatora da denúncia, determinou que o caso passará do 1º Grupo de Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça do Rio à 1ª Vara Criminal Especializada de Combate ao Crime Organizado na próxima 4ª feira (6). O reposicionamento do caso pode apressar a decisão judicial de admitir ou não a denúncia apresentada pelo MP (Ministério Público) do Rio de Janeiro contra 15 envolvidos. Na 1ª Instância, o caso só depende do juiz, segundo apurou o site Poder 360.

A investigação sobre o esquema, que teria desviado mais de R$ 50 milhões, continua em andamento. Investigadores estão apurando se Crivella teve acesso prévio ao inquérito sob sigilo, a tempo de esconder provas. Foram feitos pedidos de quebra de sigilo de telefones e computadores do ex-prefeito.

Além disso, o atentado ao restaurante Tre Torri, alvo de 26 disparos em 6 de novembro, também é investigado. O estabelecimento pertenceu a 1 dos delatores do “QG da Propina” e foi usado para camuflar pagamentos de propina.

O empresário Ricardo Siqueira Rodrigues, ex-dono do Tre Torri, disse ter usado uma escuta espiã para gravar uma quadrilha de auditores da Receita e pagado propina de R$ 1 milhão a Rafael Alves, apontado pelas autoridades como operador de Crivella.

Ele diz que há indícios de que os tiros contra o Tre Torri (que antes se chamava Esplanada Grill), foram uma retaliação às suas revelações. O restaurante serviu de fachada, em 2018, para simular a contratação de uma das empresas de Alves como forma de transferir dinheiro, segundo o MP-RJ.

Em depoimento prestado ao Ministério Público, Ricardo disse que conheceu Rafael Alves durante a campanha eleitoral de 2016. Alves foi apresentado por Rei Arthur como “homem da íntima confiança e arrecadador” de Crivella.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp