Política

Em resposta ao STF, Dilma Rousseff insiste que impeachment é golpe

Publicado em 08/06/2016, às 13h21   Cíntia Kelly (Twitter: @cintiakelly_)



Quarenta e duas páginas. O calhamaço é a manifestação da presidente afastada Dilma Rousseff apresentada à ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, reafirmando que o processo de impeachment é um ‘golpe’. 

A declaração é uma resposta da petista a uma interpelação feita por deputados da base aliada do governo interino de Michel Temer (PMDB) questionando a tese de que a petista é alvo de um golpe por seu afastamento.

A interpelação foi apresentada pelos deputados Júlio Lopes (PSB), Carlos Sampaio (PSDB), Pauderney Avelino (DEM), Rubens Bueno (PPS), Antonio Imbassahy (PSDB) e Paulinho da Força (SD).

Dilma afirma que não há configurado crime de responsabilidade contra ela no processo de impeachment. A petista não apontou os responsáveis pelo golpe.

Na manifestação, a defesa de Dilma, assinada pelo advogado José Eduardo Cardozo, afirma que o impeachment é uma “ofensa” à Constituição. “A ofensa à Constituição se dá pelo fato de que as condutas que a ela são imputadas como crimes de responsabilidade, não são atos ilícitos que “atentam contra a Constituição”, diz trecho do documento.

Dilma cita as gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com diversos políticos do PMDB, a exemplo do ex-presidente José Sarney e o senador Romero Jucá (PMDB-RR).

"Estes diálogos, demonstraram cabalmente, que a verdadeira razão deste processo de impeachment não é a aplicação de eventuais crimes de responsabilidade a uma presidenta da República que eventualmente os tivesse praticado. A intenção é, na verdade, afastar uma presidente da República, pelo simples fato de ter cumprido a lei, ou seja, ter permitido que as investigações contra a corrupção no país avançassem de forma autônoma e republicana."

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