Política

São Félix: secretário nega compra de livros do cunhado do prefeito

Publicado em 09/07/2015, às 16h05   Caroline Gois (Twitter: @bocaonews)



A polêmica compra de livros do cunhado do prefeito de São Félix, no Recôncavo baiano, ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira (9). Um registro de janeiro deste ano no Diário Oficial do município revela um extrato da compra de 230 exemplares do livro " Cachoeira - Jóia do Recôncavo baiano, do escritor Rubens Rocha, para compor o acervo literário e cultural da secretaria". Entretanto, fontes ligadas ao site Bocão News confirmam que Rubens Rocha é cunhado do prefeito Eduardo José de Macêdo Junior (PSB). 
A reportagem tentou falar com o prefeito para saber detalhes do contrato como, por exemplo, o que justifica a quantidade de livros. As ligações não foram atendidas. Já em conversa com o secretário de Educação, Cultura, Esporte e Turismo, Eliton Lafiti, ressaltou que a informação é desconhecida. "Não fiz esta compra", afirmou, ainda que com o extrato revelando que a compra era voltada para a pasta de Cultura.
Entretanto, Lafiti garante desconhecer esta aquisição e disparou: "Vou saber do prefeito". Segundo ele, a secretaria não solicitou e "reconheço que o prefeito possa ter solicitado diante da amplitude da pasta. Fico responsável mais por Educação e assumi no dia 10 de março de 2014". Ainda conforme Lafiti, a única aquisição feita por ele, até então, foi relacionada a 350 exemplares de livros voltados para a educação infantil. "Pode ser que o arquivo público municipal tenha solitado estes 250 dos quais refere-se a matéria", justificou.
O secretário afirma ainda que o município é pobre e, por isso, há dificuldade em ter mais secretários para as pastas que hoje são de responsabilidade dele. O orçamento de todas juntas chega ao valor aproximado de R$ 6 milhões por ano para pagamento de folha e investimentos.
A presidente da Câmara de vereadores da cidade, Melissa de Santana (PRP) afirmou que na última sessão ordinária, ocorrida na segunda (6), o prefeito foi questionado sobre os contratos firmados. "O prefeito não foi e mandou um advogado. Estamos aguardando explicações sobre o contrato", disse. A presidente, que faz oposição ao prefeito, afirma que o município é pobre, cuja receita mensal da Câmara é de R$ 83 mil. Já a receita do município ultrapassa pouco mais de um milhão de reais por mês. Os vereadores da oposição são em sete contra dois da base.
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