Polícia

Jovem é internado em UTI após suposto ataque de homofobia no bairro do Comércio

Diego Vieira/BNews
Caso aconteceu na noite do último domingo (28), após a vítima sair do trabalho  |   Bnews - Divulgação Diego Vieira/BNews

Publicado em 30/10/2018, às 13h22   Diego Vieira


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Walter Fernandes, de 21 anos, um rapaz considerado tranquilo pelos familiares e amigos, teve o seu retorno para casa interrompido na noite do último domingo (28), após encerrar mais um dia de trabalho. O operador de telemarketing foi agredido com vários golpes na cabeça, no bairro do Comércio, nas proximidades da Praça da Mãozinha, em Salvador. O caso, ainda cercado de mistérios, é classificado como crime de homofobia, já que a vítima é homossexual e não teve nenhum pertence roubado.

“Não roubaram nada dele. Então, não tem como gente deduzir outra coisa, a não ser homofobia, porque isso prova que quem correu atrás dele foi apenas para agredir e nada mais. Isso é muito triste”, desabafou, Antônio Júnior, namorado de Walter.

Entre idas e vindas no Hospital Geral do Estado (HGE), desde quando ocorreu o caso, ele aguarda ansioso por notícias do estado de saúde do namorado, que está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Ontem recebemos uma ótima notícia de que ele não estava mais respirando com o auxílio de aparelhos e isso já foi uma vitória. Estou aqui todos dias acompanhando essa situação”, contou.

De acordo com o visual merchandising, Walter foi levado para a unidade de saúde depois de ser encontrado desacordado por pessoas que passavam no local. “Um rapaz o encontrou caído no chão. Um casal que passava pelo local também ajudou e em seguida chamaram a polícia que acionou o SAMU”, explicou Antônio, que ficou sabendo das agressões após a divulgação do ocorrido nas redes sociais. “Esse rapaz que encontrou ele caído, divulgou o caso no Facebook e foi assim que a notícia chegou até a gente. No mesmo dia, falei com a mãe dele e viemos para o HGE”, disse.

Como o caso aconteceu horas depois da divulgação do resultado das eleições, Antônio não descarta que as agressões teriam sido praticadas por eleitores do presidente eleito, Jair Bolsonaro. “Infelizmente, diante tantos casos de violência nos últimos dias devido a questões políticas, a gente só consegue associar essas agressões com o resultado da eleição”, afirmou o rapaz, que espera por possíveis imagens das câmeras de segurança da região onde ocorreu o crime.

Ele ainda aproveitou para fazer um apelo para que casos como esse não se repitam. “É preocupante a realidade de intolerância. As pessoas não têm mais empatia em se colocar no lugar do outro, da mesma forma que foi ele, que é gay, poderia ser o filho de qualquer outra pessoa, poderia ser um homossexual da família de outra pessoa. Talvez só assim as pessoas vão acordar para realidade, quando ver acontecendo com algum familiar”, finalizou.

O caso foi registrado no posto policial do HGE e está sob responsabilidade da 3ª Delegacia Territorial (DT/Bonfim). De acordo com a Polícia Civil, o ocorrido será investigado como lesão corporal grave. Ainda conforme a polícia, como a vítima permanece hospitalizada, é necessário que algum parente próximo se dirija à unidade, para prestar as primeiras informações para contribuir com as investigações.

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