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Presidente do GGB comenta morte de ativista LGBT no interior da Bahia

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“Eu interpreto que queriam se divertir, mataram ele como entretenimento, que mostra a face mais grotesca da homofobia”, afirmou ao BNews  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 18/08/2018, às 16h05   Rafael Albuquerque


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O morador de Bandeira do Colônia, atuante em Itororó, Itapetinga e região, líder LGBT Marcos Cruz Santana de 40 anos, conhecido como “Marquinhos Tigresa” foi brutalmente assassinado durante a madrugada deste sábado (18). Marcos, que de acordo com Marcelo Cerqueira, presidente do GGB, foi vítima de homofobia, teve a genitália dilacerada, possivelmente a golpes de faca. 

Com vários sinais de golpes de faca no pescoço, o corpo da vítima foi encontrado próximo à Rodoviária de Itororó por volta das 02h30 por populares. A Polícia Militar foi chamada e acionou o Departamento de Polícia Técnica de Itapetinga, cidade vizinha, para a remoção do corpo.


Marcelo Cerqueira - presidente do Grupo Gay da Bahia

Marquinhos, que era homossexual e atuava divulgando eventos LGBT em toda a região, por diversos anos realizou em Itororó a Parada Gay, evento anual que contava com a colaboração de toda a comunidade. Segundo Cerqueira, toda a população da região está revoltada com o assassinato do jovem, que era tido como figura folclórica em Itororó por suas brincadeiras diárias.

A polícia afirmou que ainda não recebeu nenhuma denúncia a respeito do ocorrido, mas o presidente do GGB alertou que na cidade já há comentários acerca da autoria do crime: “essa região parece que virou bang bang. Nem Itororó nem Bandeira do Colônia tem delegacia. Fica em Itapetinga. Espero que nesse final de semana a polícia de Salvador vá para região e pegue os vagabundos. Comenta-se que foram três indivíduos. Então, se tem o comentário significa que o povo sabe quem fez essa maldade. É só o delegado Bernardino, o secretário Maurício Barbosa, e o secretário de Justiça, Cidadania e Direitos se manifestarem. Um ativista morre assassinado e esse povo fica deitado em berço esplêndido”. 

Cerqueira concedeu entrevista ao BNews e comentou o crime bárbaro: “o que eu confirmo é que esse crime no interior é a revelação mais profunda da homofobia e do preconceito. Marquete, como a gente chamava, era pau pra toda obra. Fazia um trabalho social de prevenção, ativismo. Ela quem fazia a parada gay lá. Era uma pessoa muito prestativa à sociedade”.

Cerqueira relatou que a vítima era bastante conhecida na região e que “ninguém entende porque mataram ele dessa forma tão violenta”: “eu interpreto que queriam se divertir, mataram ele como entretenimento, que mostra a face mais grotesca da homofobia. Deveria pegar os três e fazer a mesma coisa que fizeram com ela”, finalizou indignado. Vale ressaltar que segundo dados do GGB, em 2018 já aconteceram 250 assassinatos de pessoas LGBT, sendo 18 na Bahia, que só perde para Minas Gerais e São Paulo no ranking negativo.

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