Polícia

Morte de skatista na Boca do Rio completa um mês e continua sem solução

Publicado em 07/08/2017, às 08h03   Shizue Miyazono


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Neste domingo (6) completa um mês que o motoboy e skatista Antônio Vinícius Falcão, 31 anos, foi assassinado na porta de casa no bairro da Boca do Rio, em Salvador, e os culpados pelo crime ainda não foram identificados. Além da dor de perder o irmão, Wilmara Falcão conta que a família vive com medo. "Hoje minha família vive se escondendo como se a gente tivesse cometido esse crime".

Wilmara afirma ao BNews que precisou tirar a mãe de casa, pois ela está em choque e tudo lembra Vinícius. Além disso, antes do crime, a mãe da vítima saiu de casa para ir à padaria e chegou a ver o carro preto, em que o assassino estava, parado próximo à casa da família.

"Há um medo e pavor quando ela fala que passou pelo carro e que eles a viram. Ela se culpa por não ter olhado quem estava no carro, se culpa porque se ela tivesse visto hoje poderia ajudar reconhecendo fotos [...] Ela passou pelas pessoas que segundos depois iriam matar o filho dela", contou a irmã de Vinícius.

Segundo a jovem, alguns moradores da área foram à delegacia, mas não conseguiram reconhecer o suspeito por fotos. Ela conta que os vizinhos informaram que há pessoas que viram o crime, mas estão com medo e não querem falar. Wilmara apela às testemunhas que ajude à família a identificar o criminoso. "Por favor, nos ajude. Todos no bairro sabem da integridade de minha família e sabem q ele era muito querido. Preciso acreditar que tem gente que ainda está incomodando com o ocorrido com Ninho (apelido de Vinícius no bairro) e possa ajudar. Por favor, eu preciso desse apoio".

Além da dor de perde o irmão, a jovem ainda passa por um problema de saúde. Ela faz um tratamento quimioterápico por conta de alguns tumores cancerígenos que retirou do cérebro há pouco tempo. "Só preciso que a justiça seja feita, só terei paz quando souber que há suspeitos identificados. Preciso muito disso", concluiu a irmã.


Crime

Vinícius foi assassinado no dia 6 de julho quando saía para o trabalho. O crime ocorreu na 1° Travessa São Francisco de Aguiar, no bairro da Boca do Rio, em Salvador. Segundo Wilmara, um homem desceu de um carro preto, que estava estacionado na rua há mais de uma hora, de acordo com vizinhos, e disparou diversas vezes contra o irmão, que tinha acabado de subir na moto. A mulher contou que cerca de cinco tiros foram na cabeça. Após matar Vinícius, o homem entrou no carro, mas retornou, tirou uma foto e fugiu. A irmã contou que nada do skatista foi levado: celular, carteira e a corrente de ouro.

O skatista tinha uma filha de sete anos e, diariamente, levava a garota para a escola e, nos finais de semana, se responsabilizava pelos cuidados com a criança, que passava o restante da semana na casa da bisavó materna. De acordo com a irmã e advogada de Vinícius, ele participaria de uma audiência de guarda compartilhada no dia seguinte ao assassinato.

Wilmara conta que desde a morte do irmão não vê a sobrinha, pois teme represália. “Ainda não sei como agir em relação a este contato com minha sobrinha".

A reportagem procurou a Polícia Civil, que afirmou que a investigação está em andamento, seis pessoas foram ouvidas e diligências estão sendo feitas.

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Publicada originalmente dia 6 às 15h

Classificação Indicativa: Livre

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