Polícia

Mulher é agredida por segurança em bar da Pituba

Ilustrativa
Vítima teve contusões e hematomas   |   Bnews - Divulgação Ilustrativa

Publicado em 10/10/2017, às 19h17   Tony Silva



Uma musicista e a amiga acusam o segurança identificado como Marcelo Lopez Lago, do Bar Pra Começar, localizado na Pituba, de espancamento, após uma confusão no estabelecimento, na madrugada da última segunda-feira (10). Segundo a vítima, que preferiu não se identificar, a confusão aconteceu por causa da perda do cartão de consumo. As agressões contra as mulheres aconteceram nas vésperas desta terça-feira (10), Dia Internacional de Combate a Violênia Contra a Mulher. 

“A conta já estava paga e minha amiga não lembrava onde estava o cartão. Ela sugeriu sair para ver se estava com uma terceira pessoa, que nos acompanhava e já estava lá fora. O segurança se negou, e a minha amiga insistiu. Ao tentar sair, ela foi empurrada por este segurança. Ela começou procurar na roupa que vestia até que encontrou e jogou em mim porque eu cobrava nervosa. O segurança não gostou da atitude achando que estava jogando nele e questionou, quando começou a discussão e as agressões”, relata.

Segundo a musicista, durante a confusão, ela e a amiga foram jogadas para fora do bar, agredida com pontapés, sendo ainda arrastada pelo segurança. “Quando eu vi minha amiga sendo agredida eu tentei impedir. Ele também me agrediu e me arremessou para fora do bar com tanta força que cai no chão e tive lesões na perna e contusões no braço”. 

Além das agressões, a vítima relata que o sofrimento foi além, quando acionou a polícia. Segundo a denúncia, policiais da 13ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) negaram atendimento a ocorrência. “O que me deixou mais doída, foi além do fato dele agredir tão brutalmente sabendo que eram duas mulheres, quando procurei a polícia, não tive atenção nenhuma. Os PMs chegaram, ouviram a gente, entraram no bar, saíram sem dar nenhuma satisfação e nos deixou no local sem se quer dar uma orientação sobre o que poderíamos fazer, inclusive tinham testemunhas”, desabafa.

Segundo as vítimas, os proprietários do Pra Começar pediram desculpas e uma mulher que acompanhava um deles colocou gelo em um dos hematomas. “Eles disseram que estavam do outro lado da rua. Ouviram o barulho e chamaram a viatura temendo ser outra coisa. Eu mostrei as marcas e eles apenas lamentaram”, afirma. 

O BNews entrou em contato com a gerência do Pra Começar. Segundo a gerente do estabelecimento, Ane Piticcioni “o segurança é terceirizado e não é funcionário da casa. Temos contrato com uma empresa que nos atende de terça à domingo. Sempre ligamos e pedimos o segurança nestes dias e eles mandam para a gente. Foi um fato horrível, a casa está arrasada, temos 16 anos e nunca tivemos problemas. Demos toda assistência para a vítima. Fizemos tudo que foi possível. Já cobramos da empresa terceirizada, que ele seja punido, inclusive este funcionário terceirizado já foi demitido”.

O BNews entrou em contato com o Departamento de Comunicação Social (DCS) do comando geral da Polícia Militar. Em nota a PM negou as denúncias e informou que um grupo estava alcoolizado e aceitou a versão do segurança.

Leia a íntegra da nota: 

De acordo com o relatório da 13ª CIPM, no domingo (8), por volta das 2h30, policiais militares da Unidade foram acionados pela CENOP da Unidade para atender a uma ocorrência em um bar na Avenida Manoel Dias da Silva, na Pituba.

Quando os policiais chegaram ao bar, o  estabelecimento já tinha encerrado as atividades, havendo um pequeno grupo de pessoas na porta, alguns visivelmente alterados, devido à ingestão de álcool, dentre elas uma mulher, que relatou ter sido impedida de sair do estabelecimento por um dos seguranças que segundo ela teria a segurado pelo braço.  

Em contrapartida o segurança do estabelecimento afirmava que em nenhum momento foi agressivo com ela e que a senhora havia se exaltado, quebrando um vidro no interior do bar e querendo sair sem apresentar o pagamento da comanda, além de ameaça-lo e proferir palavra de baixo calão.

Os policiais não presenciaram as supostas agressões, e não verificaram lesões aparentes. Após serem ouvidas, ambas as partes foram orientadas a prestar queixa na delegacia.

As vítimas agredidas somente conseguiram registrar a ocorrência na segunda-feira (10), na 16ª Delegacia Territorial (DT) da Pituba, por conta da falta de orientação dos policiais militares. As vítimas passaram por três delegacias na noite do ocorrido e não conseguiram registrar a ocorrência. 

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp