Justiça

Marcell se defende de acusações do Ministério Público Eleitoral; Targino espera ser notificado

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Deputados são acusados de oferecer atendimentos médicos e veterinários irregulares  |   Bnews - Divulgação Montagem/ BNews

Publicado em 18/12/2018, às 13h41   Redação BNews


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Os deputados estaduais Targino Machado (DEM) e Marcell Moraes (PSDB) negaram as acusações do Ministério Público Eleitoral (MPE), que ajuizou contra eles duas ações de investigação judicial eleitoral, pedindo a cassação do diploma dos dois, além da inelegibilidade deles nos próximos oito anos.

Segundo o MPE, Targino e Marcell ofereciam, respectivamente, atendimentos médicos irregulares para a população de Feira de Santana e serviços veterinários gratuitos, com o objetivo de conseguir votos para as campanhas.
Eleitos para mais quatro anos de mandato na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), os dois foram diplomados pelo Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) nesta segunda-feira (18). Com isso, poderão assumir as cadeiras na Casa.
O MPE acusa Targino de fazer atendimentos clandestinos em clínicas de Feira e, de lá, transportar os pacientes para os municípios de Cachoeira e São Félix, onde tinham acesso, irregularmente, a serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). A denúncia contra o deputado foi apresentada pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

Segundo o órgão, por várias vezes, o deputado foi filmado dentro da clínica do filho, Tarcísio Torres, que era repleta de cartazes associando sua imagem aos serviços ali prestados. Além disso, as receitas médicas tinham a foto e o nome do político, e os prontuários médicos apresentavam a cópia dos títulos de eleitores ou certidões de quitações eleitorais dos pacientes.

As investigações também apontaram que Targino conseguia fazer com que pacientes tivessem acesso a serviços do SUS, como cirurgias, em São Félix, sem passar pela regulação, o que é ilegal. O secretário de Saúde de São Félix é o também investigado Odilon Cunha, médico e amigo de Targino.

O que diz Targino
Ao BNews, o deputado declarou que ainda não foi notificado da investigação e, por isso, prefere ter acesso ao inteiro teor do caso para se manifestar.

“Não tivemos acesso a isso ainda porque o Ministério Público deu entrada no cartório faltando apresentar alguns documentos Estamos aguardando que o Ministério Público junte esses documentos”, afirmou.

Ação contra Marcell
Já no caso de Marcell, o MPE colocou em xeque justamente seu trabalho como “protetor dos animais”.
As investigações apontaram que o deputado usou os atendimentos de vacinação e castração de animais para se promover eleitoralmente.

Nos locais dos serviços gratuitos, segundo as apurações, a exposição da imagem do investigado era significativa, com peças publicitárias de grande dimensão. Além disso, o serviços eram divulgados frequentemente no perfil do investigado no Facebook e Instagram. A investigação foi aberta a partir de acusações do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV/BA) e de cidadãos.

Após inspeção da Vigilância Sanitária na execução dos serviços serviços prestados, foram constatadas também irregularidades quanto ao armazenamento e transporte das vacinas, com caixas de isopor sem termômetro e identificação, além de não haver um  médico veterinário, preenchimento dos dados de vacinas por pessoas não capacitadas e ausência de documentações necessárias. Marcell ainda teria feito uma campanha de vacinação no município de Paulo Afonso sem comunicação prévia à Secretaria Municipal de Saúde, à Unidade de Controle de Zoonoses ou à Vigilância Sanitária e sem haver registro nesta campanha de um médico veterinário responsável.

O que diz Marcell
Procurado pelo BNews, o deputado afirmou que as acusações são perseguição da presidente do CRVM/BA, Ana Elisa Almeida, e que o Ministério Público Eleitoral foi “induzido ao erro”.

“O Conselho de Medicina Veterinária, principalmente a presidente, senhora Elisa, se sente incomodada com nossas campanhas de vacinação, castração. Enquanto alguém faz esse trabalho voluntário, tem dono de clínica perdendo dinheiro”, disse.
“Isso não me amedronta em nada. Quem vota em mim, não vota em troca de nada. Faço esse trabalho social há 18 anos e não vou parar nenhum minuto”, completou.

Ele ainda disse que vai entrar com representação contra Ana Elisa por causa das acusações. “Após minha absolvição, entrarei com representação contra essa senhora. Não vou medir esforços pra isso. Eu chamo eles de Dick Vigarista porque sempre tentam me vencer, mas não conseguem”, atacou.

Classificação Indicativa: Livre

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