Entidades da justiça baiana se reúnem em ação contra trabalho infantil em shopping de Salvador

Juízes, procuradores e gestores de entidades se reuniram, nesta segunda-feira (16), no Shopping da Bahia, em uma ação de combate ao trabalho infantil em todo o estado da Bahia. Representantes do Ministério Público do Trabalho da Bahia (MPT), Tribunal Superior do Trabalho (TST) e Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-5) estiveram presentes na ocasião. 

A ação, que foi acompanhada pelo BNews, teve a distribuição de um folheto que funcionou como o que foi chamado de “cartão vermelho ao trabalho infantil”, que explica razões pelas quais menores não devem trabalhar. Além disso, o movimento também contou com o lançamento de exposição do Tribunal Superior do Trabalho (TST), “um mundo sem trabalho infantil”. 

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Doroteia Azevedo, juíza auxiliar da presidência do TRT da Bahia e gestora do programa, foi questionada se a parceria com o Shopping da Bahia teve relação com o caso do segurança que tentou impedir uma criança de comer na praça de alimentação do estabelecimento, conforme noticiado pelo BNews no mês de junho. “Não há uma relação direta. A ideia é fazer em lugares diferentes e o Shopping da Bahia nos cedeu esse espaço e nós trouxemos para cá. A ideia é continuar fazendo e sensibilizando as pessoas. Se o shopping se sensibilizou, ótimo”. 

A juíza ainda explicou que esta ação é itinerante e constante. “Esse ano resolvemos fazer em locais diferentes da cidade. Fizemos no Salvador Shopping mês passado, no Dia Mundial De Combate ao Trabalho Infantil, que é 12 de junho. E depois foi para o fórum do Comércio”. 

“O TRT da 5ª região já é parceiro de outras entidades como MPT e MT neste tipo de ação. Então há muito tempo o tribunal já participa dessa ação de combate ao trabalho infantil”, pontuou. 

Segundo Doroteia Azevedo, a Bahia é o segundo estado do Brasil com maior índice de trabalho infantil. Além disso, ela orientou como amenizar a prática, caso uma criança ofereça algum tipo de trabalho: o ideal é que você não adquira aquele produto porque tem muita gente que compra achando que está ajudando e, na verdade, você não está ajudando. Você está contribuindo para perpetuar essa condição da criança na rua. Então, o ideal é que não se contribua para isso e pode também denunciar através do “disque 100”. 

O corregedor geral da Justiça do Trabalho, ministro Lelio Bentes, também esteve presente na ação e pontuou o trabalho da entidade. “A justiça do trabalho é a justiça mais próxima da sociedade. É a justiça das pessoas mais humildes, que vem da família, que usam a força do trabalho para garantir o sustento e que precisam ter a proteção do estado contra eventuais abusos”. 

Segundo o ministro, o trabalho infantil tira o acesso à educação e compromete a criança quando se tornar um adulto. “É fundamental que juízes e juízas do trabalho e o MPT estejam envolvidos nesse projeto de amplo alcance”, declarou. 

Em conversa com o BNews, o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT), Luís Carneiro Filho, julgou a campanha como “importantíssima” e parabenizou as entidades. “É importante que a sociedade tome conhecimento. O trabalho infantil ainda é uma chaga social, que ainda existe na nossa nação e, os órgãos que trabalham juntos com o poder judiciário fazem essa rede de proteção de combate ao trabalho infantil”. 

“Lugar de criança é na escola”. Foi assim que o procurador-chefe resumiu a campanha. “Isso é uma frase que já virou  um jargão, mas temos que relembrar sempre. A questão da prioridade absoluta e da própria ação integral se traduzem nesta expressão muito simples". 

“A gente está aqui trazendo para a sociedade e podendo levar essas informações de uma forma mais lúdica, com imagens, painéis e totens, que possam trazer mais informações. O segredo está na informação. Nós parabenizamos TRT da 5ª região e o TST que trazem essa campanha maravilhosa”, finalizou. 

A ação e exposição de peças contra o trabalho infantil seguem até 23 de julho, no Shopping da Bahia.