Justiça

Juiz e procurador ordenam esterilização de moradora de rua em São Paulo

Folhapress
Mulher foi submetida ao procedimento cirúrgico contra a vontade dela  |   Bnews - Divulgação Folhapress

Publicado em 11/06/2018, às 07h15   Redação BNews


FacebookTwitterWhatsApp

A moradora de rua, Janaína Aparecida Aquino, foi obrigada por um promotor do Ministério Público e um juiz a se submeter a uma cirurgia de esterilização sem direito de defesa, inclusive, sendo vítima de condução coercitiva para que o procedimento fosse realizado. O caso aconteceu na cidade de Mococa, em São Paulo. A denúncia foi feita por Oscar Vilhena Vieira, na Folha de São Paulo.

Segundo a publicação, o juiz não realizou audiência, não nomeou um defensor e não pediu documentos que mostrassem que ocorreu consentimento por parte da mulher, que tem filhos. Apenas determinou a condução coercitiva para a operação. 

Ainda de acordo com o jornal, o promotor usou de uma ação civil pública para ordenar o procedimento e, com isso, forçou o município a praticar um ato ilegal. Em função da situação de vulnerabilidade de Janaína, ele deveria ter nomeado um defensor público para que a representasse judicialmente. Desta forma, a mulher não foi ouvida e nem defendida. Não houve, sequer, uma audiência a respeito do caso. Ela foi conduzida à força. Além disso, a prática da condução coercitiva foi suspensa por decisão liminar do Supremo tribunal Federal (STF).

A publicação detalha que, o Ministério Público manejou, de forma aberrante, ação civil pública para pedir que o Estado laqueasse as tubas uterinas da mesma mulher que, em 23 de janeiro do ano passado, compareceu ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) para retirar todos os pedidos de exames agendados com essa finalidade. 

O caso provocou indignação. O Instituto de Garantias Penais (IGP) divulgou uma nota de repúdio à situação. "O Instituto de Garantias Penais (IGP) vem a público repudiar com energia a ultrajante violação dos direitos e garantias fundamentais de – necessário atentar para o que a pobreza dificultou perceber – uma cidadã brasileira, Janaína Aparecida Aquino", diz a nota emitida pelo IGP.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp