Justiça

Desembargadora diz que se 'precipitou' ao falar de Marielle

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Magistrada fez comentário em rede social apontando engajamento da vereadora com uma facção criminosa  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 20/03/2018, às 06h05   Folhapress


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A desembargadora Marília de Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio, disse ter se precipitado ao fazer comentários em redes sociais que associavam a vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada na última quarta-feira (14), ao tráfico de drogas.

"No afã de defender as instituições policiais, a meu ver injustamente atacadas, repassei de forma precipitada notícias que circulavam nas redes sociais", disse, por meio de nota.
O comentário da magistrada, publicado na postagem de um advogado, dizia que Marielle estava "engajada com bandidos" e que havia sido eleita pela facção criminosa Comando Vermelho.

A declaração gerou reação de familiares da vereadora e uma representação do PSOL ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Na primeira manifestação sobre o assunto, à Folha na última sexta-feira (16), a magistrada disse que não conhecia Marielle, mas havia coletado a informação no texto de uma amiga.

Nesta segunda (18), ela mudou de posição. "A conduta mais ponderada seria a de esperar o término das investigações para então, ainda na condição de cidadã, opinar ou não sobre o tema", disse, acrescentando esperar que o crime seja resolvido o mais rápido possível.

A desembargadora afirmou que se manifestou como cidadã e não como magistrada. Em entrevista ao jornal O Dia, ela havia dito que não se arrependia de ter feito os comentários.

"Por que eu deveria me arrepender de ter feito um comentário? É só um comentário reproduzindo um outro. Eu não estou me sentido culpada por nada. Eu não criei o comentário. Se é boato, se alguém criou, o autor da criação que pode estar ou não arrependido."

No domingo (18), o site oficial da vereadora abriu uma seção para negar notícias falsas que circulam em redes sociais. A página diz, por exemplo, que Marielle nunca teve relacionamento com o traficante Marcinho VP e que recebeu votos em todas as regiões do Rio –só 7% foram na Maré, complexo de favelas onde ela nasceu e foi criada. 

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