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Saiba quem é a nova beata brasileira reconhecida pelo Papa

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A beata será reconhecida no dia 10 de dezembro, em Barbacena, a 172 km de Belo Horizonte, cidade onde Isabel nasceu  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 19/11/2022, às 09h06   Camila Vieira



A mineira Isabel Cristina Mrad Campos será beatificada. A data da beatificação será no dia 10 de dezembro, em Barbacena, a 172 km de Belo Horizonte, cidade onde Isabel nasceu. O Papa Francisco reconheceu, há dois anos, o martírio pelo qual ela passou: foi vítima de um estupro e morta pelo agressor. A consagração acontece quarenta anos e três meses depois de ser brutalmente assassinada

Em 2001, ela recebeu do Vaticano o título de "serva de Deus". Mas, antes mesmo disso, desde a sua morte, o modo como viveu, sempre ligada a causas religiosas, e o sofrimento passado nas mãos do criminoso, começaram a atrair fiéis ao túmulo com os restos mortais em sua terra natal.

História - A religiosa havia se mudado para Juiz de Fora, a 96 km de Barbacena, para fazer um curso pré-vestibular, pretendia entrar na faculdade de Medicina e ser pediatra. Depois de morar por um curto período com outras estudantes, decidiu morar em um apartamento com o irmão, no centro da cidade. Um homem foi contratado para montar os móveis do apartamento, no sexto andar. Retornou poucos dias depois, no final da tarde do dia 1º de setembro, uma quarta-feira, alegando que precisaria terminar o serviço. A notícia divulgada na época, e que também embasa o processo na igreja, é que o montador de móveis tentou estuprar Isabel Cristina, então com 20 anos, que resistiu até a morte.

Segundo os registros, o irmão de Isabel, Paulo Roberto Mrad Campos, chegou no apartamento no início da noite e ouviu o som da TV e do rádio em alto volume. No quarto, o corpo da irmã estava ensanguentado, com várias marcas das facadas, duas delas na região vaginal e o restante nas costas. O modo que o criminoso agiu está nos documentos da Arquidiocese de Mariana (MG) , responsável pelos trabalhos junto ao Vaticano.

Por que Isabel será beatificada? - A documentação para sustentar o pedido de beatificação foi juntada durante oito anos, entre 2001, ano da aprovação da abertura do processo por Roma, e 2009, na chamada fase diocesana. Nessa etapa também foram colhidos depoimentos de quase 60 pessoas, além de tudo ter sido digitado e traduzido para o italiano, uma exigência da Igreja.

O reconhecimento pelo Vaticano para tornar Isabel Cristina beata se deu não só pelo sofrimento, tentando se defender dos golpes de faca, mas também pela vida que levou, sempre defendendo valores pregados pelo catolicismo, como a castidade e a ajuda aos mais pobres. "Quando o papa reconhece o martírio, reconhece não só pelo fato dela se defender, mas a motivação que fez com que ela lutasse contra a violência", esclarece o monsenhor.

Para reforçar esses argumentos, o religioso lembra que, quando Isabel foi morar em Juiz de Fora, cidade com uma população quase quatro vezes maior do que sua terra natal e com mais oportunidades de diversão, ela foi alertada para não se desviar dos valores que pregava. "E disse que é preferível morrer a pecar, que é preciso resistir ao mal, custe o que custar", recorda o monsenhor, para destacar o quanto estava disposta a manter-se no que acreditava.

Segundo o religioso, a jovem chegou a namorar, mas o casal havia terminado. "O namorado deu testemunho sobre como viveram esse namoro, na castidade", complementa. Isabel também dava muita atenção aos mais pobres. De família simples, ela seguiu os exemplos dos pais e auxiliava nos trabalhos dos vicentinos, pessoas leigas muito atuantes com idosos e crianças. Ajudava em um asilo aos sábados na parte de alimentação e limpeza e fazia trabalho com menores de famílias carentes.

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