Nesta terça (27), a relatora especial da ONU para a Moradia Adequada, Raquel Rolnik, acusou o Rio de Janeiro e mais sete cidades brasileiras de despejarem pelo menos 500 famílias para viabilizar obras de infraestrutura com vistas a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016.
A relatora explicou que os deslocamentos forçados podem configurar violação dos direitos humanos, já que as famílias não tiveram tempo para encontrar alternativas.
"Estou particularmente preocupada com o que parece ser um padrão de atuação, de falta de transparência e de consulta, de falta de diálogo, de falta de negociação justa e de participação das comunidades afetadas em processos de desalojamentos executados ou planejados em conexão com a Copa e os Jogos Olímpicos", avaliou.
Os casos foram registrados em São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Natal e Fortaleza.
Além disso, a representante da ONU também falou na falta de critério no pagamento de indenizações. "Também estou muito preocupada com a pouca compensação oferecida às comunidades afetadas, o que é ainda mais grave dado o aumento do valor dos terrenos nos lugares onde se construirá para estes eventos".