Esporte
Publicado em 30/06/2021, às 20h18 Redação BNews
Por determinação do juiz Ricardo Cyfer, da 10ª Vara Cível do Rio de Janeiro, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deverá explicar, num prazo de até 48 horas, o motivo da ausência do número 24 nas camisas da seleção brasileira durante os jogos da Copa América. Conforme aponta o grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT, autor da ação, em meio a todas as equipes participantes da competição, somente a do Brasil pulou a numeração das camisas dos jogadores do número 23 para o 25.
Ao identificar o ocorrido, a entidade resolveu acionar a Justiça fluminense acerca do caso. “Deve ser entendido como uma clara ofensa a comunidade LGBTIA+ e como uma atitude homofóbica, considerando a conotação histórico cultural que envolta esse número de associação aos gays”, considerou o grupo Arco-Íris.
“Tem se mostrado cada vez com maior clareza o importante papel que a adoção de medidas afirmativas no âmbito das práticas esportivas com ênfase para aqueles esportes tradicionalmente considerados no universo masculino. E, como no Brasil a popularidade do futebol, esporte que ainda se insere nessa tradição masculina, ainda não foi suplantada por outro, sobressai-se a importância da adoção dessas medidas no contexto das suas competições”,
Para o juiz Ricardo Cyfer, o importante papel que a adoção de medidas afirmativas, no âmbito das práticas esportivas, exercem para o incremento da luta da comunidade LGBTQIA+, tem se mostrado cada vez mais evidente.
“Com ênfase para aqueles esportes tradicionalmente considerados no universo masculino. E, como no Brasil a popularidade do futebol, esporte que ainda se insere nessa tradição masculina, ainda não foi suplantada por outro, sobressai-se a importância da adoção dessas medidas no contexto das suas competições”, afirmou.
Ainda de acordo com o grupo LGBTQIA+, os espaços do futebol são ‘culturalmente e historicamente homofóbicos’, sendo necessário posicionamento de clubes e confederações no combate à discriminação, “visto que desmotiva quem acha que o futebol é um espaço de intolerância onde se pode discriminar livremente”. “É inadmissível o retrocesso”, elencou.
“É dela a responsabilidade de mudar esta cultura dentro do futebol. Quando a CBF se exime de participar, a torcida entende que é permitido, que é aceitável, e o posicionamento faz com que, aos poucos, esta cultura mude”, acrescentou a entidade na ação apresentada à Justiça.
Além disso, para o grupo de Cidadania LGBT, existem diferentes exemplos de como o preconceito e a discriminação à população LGBTI+ estão enraizados no futebol brasileiro. “São implementados através de políticas e práticas constantes pelos clubes e pela CBF”, concluiu.
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