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Bailarina que sofreu racismo durante programa do Ratinho faz novo desabafo sobre ocorrido

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A bailarina foi vítima de uma piada ofensiva feita por Ratinho  |   Bnews - Divulgação Reprodução: SBT/Instagram

Publicado em 30/04/2024, às 10h29   Cadastrado por Franciely Gomes



Vítima de uma piada ofensiva sobre seu cabelo crespo durante o Programa do Ratinho, exibido no SBT, Cintia Mello contou novos detalhes sobre o ocorrido. Em entrevista à revista ‘Quem’, a bailarina fez um desabafo e relembrou o constrangimento.

“No início daquela cena eu não imaginava o que estava por vir. Nós tínhamos liberdade para brincar e sempre foram brincadeiras saudáveis, pois eu estava ali como bailarina, logo para ser reconhecida pela beleza e pela dança”, disse ela, que esperou um posicionamento do famoso e pediu demissão. 

“Eu já estava em um dia atípico, porque enquanto eu estava trabalhando, a minha filha estava no hospital, então eu não estava muito bem. Quando o meu cabelo foi relacionado ao 'piolho', eu não soube mais como reagir. A partir dali fiquei realmente no automático por ter ficado constrangida”, contou.

A morena confessou que buscou o apresentador para falar sobre o assunto. “Após toda repercussão, busquei conversar com o próprio [Ratinho] e foi uma conversa realmente amigável, em que expliquei a ele alguns pontos sobre a situação, e o quanto eu estava chateada e desestabilizada com tudo aquilo. Tive resposta por um tempo, mas depois o diálogo acabou, porque não recebi mais respostas”, relembrou.

“Todos já sabemos quantas polêmicas já foram levantadas por conta de algumas falas dele, e em algumas delas o próprio depois esclareceu. E foi o que achei que aconteceria comigo. Nunca levantaria falso contra um patrão que é realmente querido por seus funcionários, mas que, infelizmente, como comunicador, precisa se reconstruir e ressignificar alguns pensamentos e falas”, completou.

Cintia ressaltou que não pretende denunciar o caso judicialmente. “Eu já sabia que aquela 'brincadeira' tinha sido péssima, mas realmente levei em consideração que depois poderia falar com ele para que a fala fosse consertada, porque o racismo estrutural faz isso, normaliza falas racistas a ponto de quem as falam acham que não fizeram nada”, explicou.

“Afinal, na televisão brasileira, por décadas, o racismo recreativo foi tão usado e normalizado, mas quem sofria as consequências disso éramos nós, que por diversas vezes, em 'brincadeiras', éramos diminuídos e excluídos na infância. Agora estou concentrada em me reestruturar, emocionalmente e financeiramente. Estou buscando novas oportunidades, voltei aos estudos e estou mais preocupada com o meu destino e o da minha filha”, concluiu. 

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