Emprego

Mais de 70% das vagas criadas no Brasil são informais

Tania Rego/Agência Brasil
A precariedade também afetou o rendimento médio desses novos ocupados  |   Bnews - Divulgação Tania Rego/Agência Brasil

Publicado em 13/11/2018, às 20h53   Redação BNews


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A precarização das relações de trabalho tem se acentuado nos últimos meses. Mais de 70% dos empregos gerados entre o primeiro e segundo trimestre do ano foram informais, ou seja, não contam com as proteções oferecidas aos trabalhadores de carteira assinada, como FGTS, férias e 13º salário. 

Os dados são do estudo ‘Trabalho novo, precarização antiga’, elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base nas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Cerca de 8,8 milhões de pessoas que estavam trabalhando ficaram desempregadas ou saíram por conta própria do trabalho naquele período. Ao mesmo tempo, 9,4 milhões de desempregados conseguiram um emprego, porém, dos novos empregados, 74% estão na informalidade.

Dos novos ocupados, 23% (2,1 milhões de pessoas) estão trabalhando no setor privado sem carteira, enquanto 35% (3,3 milhões) tiveram que optar por trabalhar por conta própria. O problema é que isso piora a situação da Previdência, já que 86% dos informais não contribuem com o seguro social.

Por conta, principalmente, da baixa escolaridade, 71% dos novos ocupados por conta própria estão concentrados em 20 ocupações, a maioria delas ligadas a atividades manuais ou de prestação de serviços e vendas, como pedreiros, vendedores a domicílio, cabeleireiros, cozinheiros, pescadores, agricultores, padeiros e ambulantes.

A precariedade também afetou o rendimento médio desses novos ocupados. Está em R$ 1.023, que corresponde à metade do valor pago ao mercado de trabalho em geral (R$ 2.128). “Mais do que o estreitamento das oportunidades para os novos trabalhadores, o movimento descreve a falta de fôlego da economia brasileira para proporcionar, no curto prazo, alternativas mais estruturadas de trabalho, devido à fraca recuperação e a ausências de perspectivas melhores para o próximo período”, apontou o Dieese.

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