Economia & Mercado

ACM Neto acusa Codeba de dificultar cessão de galpões no Porto de Salvador

Tadeu Miranda
O projeto do executivo municipal visa transformar os espaços em um Centro Cultural Gastronômico  |   Bnews - Divulgação Tadeu Miranda

Publicado em 21/08/2018, às 13h52   Aparecido Silva e Fernanda Chagas


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O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), durante assinatura da ordem de serviço para requalificação da rua Miguel Calmon, no Comércio, pediu publicamente o apoio da Associação Comercial da Bahia para destravar o pedido de cessão de quatro armazéns do Porto de Salvador. O pleito, conforme apurado pelo BNews, foi feito à Codeba através de ofício via Secretaria Nacional dos Portos (SNP), do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil.

O projeto do executivo municipal visa transformar os espaços em um Centro Cultural Gastronômico, por meio de contrato de concessão, que integra as ações do programa Salvador 360. Porém, de acordo com o gestor, todo o impasse estaria sendo gerado por conta de a Codeba estar beneficiando uma única empresa e, consequentemente, prejudicando toda a cidade. 

"E, de forma pública, peço o apoio do empresariado baiano, da Associação Comercial da Bahia, entidade respeitada e que sabe a importância de projetos como este, não apenas para o bairro do Comércio, mas para a cidade, para todo estado, com fomento econômico da região do Centro e incremento à economia, em especial à indústria do turismo e que não podem ser barrados por conta de interesses de uma única empresa com o aval da Codeba", bradou, reforçando que Salvador merece "um polo de economia criativa, restaurantes, polo de economia informal, entretenimento". 

Ele citou ainda que há mais de 35 ações ou projetos para a região e que somente o quarto eixo soma-se mais de R$ 200 milhões em investimentos no Centro até 2020.

"Entre eles, já podemos destacar o Hubb Digital de Salvador, implantado em abril no Terminal Marítimo do Porto de Salvador, que deve abrigar ao todo 100 startups que deverão desenvolver projetos que envolvem os setores financeiro, jurídico, social e de serviços", elencou. 

A empresa citada, de acordo com apuração do BNews, é a Bahia Specialty Cellulose/Copener (BSC/Copener), que se auto-intitula como a única produtora de celulose solúvel especial com alto teor de pureza obtida a partir da madeira de eucalipto da América Latina.  

A maior parte da celulose solúvel, conforme atesta o site da BSC, destina-se ao mercado externo, especialmente Ásia, Europa e Estados Unidos. 

Acusada pelo prefeito de beneficiar a companhia, a Codeba informou que a negativa para a cessão do uso do espaço não é de sua responsabilidade e sim do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. 

"A Diretoria Executiva da Companhia das Docas do Estado da Bahia esclarece que a solicitação foi objeto de análise e indeferimento pela Secretaria Nacional de Portos do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, constante do processo número 225/2017, a quem cabe decisões no que diz respeito à destinação e uso da infraestrutura portuária, cabendo à Codeba, como Autoridade Portuária, apenas administração da mesma", detalhou.

Segundo o secretário de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), Sérgio Guanabara, a empresa ocupa dois dos maiores galpões da Codeba. O obstáculo burocrático, atesta o o secretário, causa prejuízo ao município.

"O que nos impede de implementar o projeto transformador daquela região e que qualificaria ainda mais aquela área para a população de Salvador, baianos e visitantes. Seria mais um forte atrativo para a nossa cidade, abrindo a Baía de Todos os Santos para o olhar contemplativo de todos", frisou.

Guanabara reforçou: "Esta é uma das mais importantes ações do município e que integra o Programa Salvador 360, voltado para aquela região. É um projeto de intervenção urbanística transformador e de alto impacto para a cidade".

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