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Operação Margem Controlada prende oito executivos da Shell, Ipiranga e BR Distribuidora

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Gerentes das três distribuidoras vendiam o litro do combustível de acordo com o preço que seria praticado pelo dono do posto bandeirado  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 01/08/2018, às 08h12   Redação BNews


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Oito executivos das Shell, Ipiranga e BR Distribuidoraforam presos nesta terça-feira (31), na “Operação Margem Controlada” deflagrada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Paraná. 

Eles são suspeitos de controlar de forma indevida e criminosa o preço final do litro do combustível nas bombas dos postos de gasolina de Curitiba.

Foram cumpridos 20 mandados judicias, sendo oito de prisão temporária, válido por cinco dias podendo ser prorrogado por igual período, e outros 12 de busca e apreensão. Ainda foi afastado o sigilo telemático (e-mail) de nove pessoas. Foram presos três assessores comerciais da Petrobras Distribuidora S.A, um gerente comercial e um assessor da Ipiranga Produtos de Petróleo S.A e um gerente e dois assessores comerciais da Shell (Raízen Combustíveis S.A).

Um gerente da Petrobras Distribuidora foi alvo de um mandado de busca e apreensão. Os policiais da divisão ainda cumpriram mandados de busca nos escritórios que as três distribuidoras mantêm em Curitiba. Os presos responderão pelos crimes de organização criminosa e abuso de poder econômico. Se condenados, eles podem pegar penas de prisão que variam de 2 a 13 anos.

A investigação mostrou que gerentes e assessores comerciais das três distribuidoras vendiam o litro do combustível de acordo com o preço que seria praticado pelo dono do posto bandeirado. Se o empresário comercializasse, por exemplo, o litro da gasolina por 4,19 reais, a distribuidora vendia por 3,99 reais. Se o dono do posto resolver vender por 3,99 reais, a distribuidora vai aumentar ou diminuir o preço controlando assim o preço nas bombas e, conseqüentemente, a margem de lucro dos empresários – impedindo assim a livre concorrência. 

Além deste controle, existe a suspeita de que algumas distribuidoras alugavam ou sublocavam, via contrato, o terreno e o maquinário para que os donos de postos de gasolina de Curitiba possam atuar no mercado de venda de combustíveis. 

Em nota, a Petrobras Distribuidora afirma que pauta sua atuação pelas melhores práticas comerciais, concorrenciais e pela ética e respeito ao consumidor.  A companhia afirma que ainda não teve acesso aos autos do processo da operação.

A Raízen, licenciada da marca Shell no Brasil, informou que acompanha o caso e está à disposição das autoridades responsáveis para esclarecimentos. 

A Ipiranga informa que ainda não teve acesso ao inquérito e que as medidas cabíveis serão tomadas tão logo isso aconteça. 

Classificação Indicativa: Livre

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