Economia & Mercado

Dólar ajuda, mas recessão global freia alta das exportações

Publicado em 02/11/2015, às 21h21   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



Com ajuda do dólar alto, a rentabilidade das exportações brasileiras alcançou, em setembro, seu maior nível desde novembro de 2008. O índice calculado pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) leva em conta o preço médio dos produtos e os custos de produção. E mesmo com a queda nos preços e alta nos gastos com produção, a rentabilidade chegou a 95,8 pontos no mês passado, puxada pela valorização do câmbio.

O ritmo menor que o esperado da economia mundial e o recuo nos preços de commodities, no entanto, devem segurar um crescimento maior das exportações. Há até mesmo quem espere perda no valor das exportações em 2016. Assim, quem mais vai ajudar no aumento do saldo comercial estimado para o próximo ano será a queda das importações, tanto pela substituição de insumos importados quanto pela recessão na economia brasileira.

Nos Estados Unidos, o crescimento da economia no terceiro trimestre foi bem mais fraco e a indústria americana sente a desaceleração. Diante do quadro, a tão esperada elevação das taxas de juros vem sendo adiada pelo Federal Reserve (banco central americano). Na China, a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) foi a menor desde a crise de 2009. As importações estão em queda, levando os efeitos para o resto do mundo.

A recuperação da economia japonesa também tem frustrado. Na semana passada, o Banco do Japão, banco central do país, não ampliou os estímulos econômicos, mas ainda terá que conviver com exportações e gastos das famílias fracos. Já a União Europeia mantém seu ritmo lento na economia, enquanto a América Latina amarga desaceleração puxada pelos preços de commodities em queda e pela recessão no país.

Depois de registrar em 2014 o primeiro déficit em 14 anos, a balança comercial brasileira deve voltar a superávit em 2015. Pelo Boletim Focus — que reúne as principais previsões do mercado —, o saldo deve ser de US$ 14 bilhões este ano e de US$ 26,3 bilhões no próximo. Mais do que resultado de um salto nas exportações, o saldo será fruto de recuo nas importações, seja pelo dólar alto que estimula a substituição de produtos importados seja pela recessão brasileira que reduz a demanda.

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