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Novas denúncias: consumidores reclamam dos serviços da Sanave e Bremen

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Advogado culpa ganância e capitalismo às infrações dos direitos do consumidor  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 10/05/2013, às 07h31   Terena Cardoso (Twitter: @terena_cardoso)



Após ter visto a matéria envolvendo um cliente insatisfeito com o seu Crossfox e a concessionária Bremen, da Barros Reis, o consumidor Igor Augusto, de 33 anos, recorreu ao Bocão News para contar a sua história. No fim de janeiro deste ano, ele comprou um Gol G6 na Sanave da Estrada do Coco e detectou diversos problemas no seu carro.

Segundo Igor, que pagou R$ 34.600 pelo veículo, o ar condicionado apresentou mau cheiro com apenas 9 mil km rodados. “Eles disseram que não iriam fazer o reparo porque só podiam trocar os filtros na próxima revisão”, conta. As regulagens dos bancos precisaram ser reparadas em menos de dois meses, assim como a roda dianteira do lado direito que ‘estourou graxa por todo lado’, segundo o cliente. “O mecânico olhou e disse que era um acúmulo natural e não fez grandes reparos”, diz. Problemas na suspensão traseira do lado direito também foram detectados. Segundo Augusto, era possível ouvir um rangido e pancadas ‘esquisitas’. “Isso eles consertaram. Mas, ainda assim, esse carro não vale a pena. É 1.0 e faz 7km/l na cidade. Eu tinha uma Pajero TR4 2.0 que fazia 7 na cidade e 8 ou 10 com o ar ligado na estrada. Fora outros problemas que ele ainda tem”, afirma Augusto que não deixou de citar a má vedação nas janelas do veículo, pintura mal feita e a tampa de óleo do motor vazando. “Eu desisti de ir lá o tempo todo pra consertar isso ou aquilo. Eu vou entrar na justiça”, decide. Nenhum representante da Sanave foi localizado para comentar o caso.

Outro consumidor que se sentiu seguro para denunciar os problemas que teve com o seu veículo foi o enfermeiro Diego Bugarin, de 24 anos. Ele comprou um Voyage à vista por R$ 34 mil na Bremen da Barros Reis, a mesma concessionária do Crossfox ‘bichado’. Com um mês de uso, o veículo apresentou infiltração nas quatro portas e o computador de bordo zerava constantemente. “Eu levei o carro umas quatro vezes para realizar os consertos. No fim de tudo saí de lá com as portas ‘afundadas’ e o computador de bordo quebrado”, diz o consumidor que não teve proposta de negociação. “Eles pediram para eu deixar o carro lá e em nenhuma das vezes me deram carro reserva. Falei ao gerente de vendas que ia por na justiça e ele disse que não era para eu esquentar a cabeça porque a Volkswagen sempre ganhava os casos”, conta. A reportagem tentou o contato com o gerente do local, Josué Lacerda, mas ele não foi encontrado.

Advogado culpa a ganância e o capitalismo

O advogado de Diego, Wiverson Oliveira, que é professor de direito civil e processo civil nas universidades Católica, Maurício de Nassau e Dois de Julho, lembra que os direitos do consumidor foram concebidos recentemente e que ainda há o despreparo da sociedade com relação ao assunto. “O direito nasceu depois da Constituição de 1988. Como é relativamente recente, a sociedade ainda não se adaptou. Temos muito prestador de serviço que desrespeita o direito do consumidor”, diz o advogado que cita também a ganância e o capitalismo como uma das precursoras do retrocesso.

“A sociedade passa por um processo de adaptação entre as questões do respeito ao consumidor e essa ganância absurda da estrutura capitalista. O capitalismo tem que se adequar a isso. Se analisarmos casos acontecidos na Europa, que tem essa questão mais avançada, já temos outra forma de tratamento e de lidar com as limitações legais. Há muito para evoluir e isso só pode acontecer a partir da provocação”, acredita. 

Nota orignalmente postada às 15h do dia 9

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