Justiça

Réu do assassinato de Auditor Fiscal é condenado a 18 anos de prisão

Publicado em 29/11/2012, às 22h09   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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O julgamento de Carlos Robério Pereira, acusado de assassinar o auditor fiscal José Raimundo Aras, em 1996, ocorreu na última quinta-feira (29), no Tribunal do júri da Comarca de Petrolina/PE. Carlos foi contratado pelos comerciantes Alcides Alves de Souza, Carlos Alberto Silva Campos e Francisco de Assis Lima, para executar o Auditor Fiscal, que na época investigava um esquema de sonegação de ICMS na região de Juazeiro-Petrolina.

Em sessão presidida pelo juiz do TJ/PE, Cícero Brito, a defesa dos quatro réus - três mandantes e um executor-, pediu o adiamento do júri em relação a dois mandantes, Alcides Souza e Francisco Lima, já que os mesmos tiveram que faltar por questões de saúde. Na ocasião, o Ministério Público representado pelo promotor de Justiça, Júlio César Lira, refutou o pedido dos réus de adiamento. O promotor pediu prisão preventiva dos réus que não compareceram, mas o juiz togado só decretou a preventiva para o mandante, Carlos Alberto Campos.

Em depoimento, o réu-executor negou autoria do crime. O pistoleiro confessou na Polícia a sua participação, mas no Tribunal ele afirmou que assinou a confissão sem ler. Na época do crime, Carlos Robério foi reconhecido por testemunhas e trabalhava para um dos mandantes. O inquérito policial foi conduzido pelos delegados Derivaldo Lira (PE) e Valdir Barbosa (BA).

O promotor encerrou com pedido de condenação por homicídio qualificado e o advogado de defesa, Wank Medrado, disse que houve vícios formais nos autos de reconhecimento. No final da tarde, o juiz leu a sentença e o réu-executor foi condenado a 18 anos de reclusão em regime fechado. O promotor de justiça, Júlio César Lira, requereu a prisão preventiva do acusado com base nos princípios da proibição da proteção deficiente, mas o juiz indeferiu a preventiva e seguiu a jurisprudência.

Na ocasião, o promotor do caso lembrou que a vítima apreendeu um caminhão com cestas básicas que o corréu, Francisco de Assis, usaria na sua campanha de vereador, no ano de 1996. A tese é de que a carga seria usada para compra de votos, em Juazeiro. Com a ausência de dois dos acusados, o júri teve que remarcar a sentença dos 3 mandantes para maio de 2013.

O Auditor e pai do atual procurador federal, Vladimir Aras, foi assassinado há 16 anos na porta de casa, com seis tiros disparados por Carlos Robério Vieira Pereira a mando dos comerciantes Alcides Alves de Souza, Carlos Alberto Silva Campos e Francisco de Assis Lima. Na ocasião, José Raimundo Aras, trabalhava com as fiscalizações que desvendaram a "Máfia do Açúcar", que atuava na divisa entre Bahia e Pernambuco, fraudando o fisco baiano com notas fiscais frias. O Auditor Aras era pai do procurador federal baiano, Vladimir Aras.

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