Coronavírus

Ex-jogador de futebol diz que ajudará homem agredido enquanto pedia dinheiro: “a humilhação é a pior agressão feita ao ser humano”

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Juninho contou que encaminhou Anderson para uma clínica especializada em dependência química, onde ele ficará por, no mínimo, três meses  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Redes sociais

Publicado em 10/04/2020, às 14h52   Márcia Guimarães



O ex-jogador de futebol Juninho Pernambucano publicou, nesta sexta-feira (10), uma série de tweets sobre o homem que é atacado enquanto pedia dinheiro na rua. Assim como diversos internautas, ele ficou revoltado com a violência gratuita praticada contra a vítima, que estava buscando recursos para se alimentar durante a crise causada pela pandemia de coronavírus. O vídeo da agressão, que aconteceu no Mato Grosso, viralizou nas redes sociais.

“Que coisa mais revoltante. O cidadão de bem brasileiro é o traficante de escravos moderno. A raiva que sinto é tão grande que chega a fazer mal. Se acharem essa pessoa que foi agredida, me coloco à disposição para ajudá-lo e muito”, pediu Juninho.

Horas depois, ele relatou que conseguiu chegar até o rapaz. “Pra quem se sensibilizou com o vídeo do rapaz que leva um tapa no rosto por pedir dinheiro, é o seguinte: falei com Rogério Pereira, que é professor de processo penal e advogado, que foi até a casa dele. Ele se chama Anderson. Anderson é dependente químico, antes de criticá-lo, saiba que, na maioria das vezes, o caminho das drogas é o único que é capaz, para muitos, de trazer algum prazer em estar vivo”, escreveu o ex-jogador. 

Ele afirmou que não incentiva ninguém a usar drogas, mas não tem direito de dizer o que cada um deve fazer com seu corpo, pois a vida e a liberadas são as únicas coisas intocáveis que cada pessoa, ‘mesmo que seja pra fazer mal a ela mesma’. 

O ex-jogador contou que, junto com Rogério Pereira, encaminhou Anderson para uma clínica especializada em dependência química, onde ele ficará por, no mínimo, três meses. Ele destaca que a decisão foi tomada após o consentimento do rapaz.

“A família do Anderson só falou coisas boas dele. E sabe que ele precisa de ajuda. Não adianta darmos a ele as doações que muitos de nós queríamos fazer, pois claro, ele não suportaria a tentação do uso. Se ele precisar ficar um ano, ficará, mas queremos ele recuperado e de volta a sociedade como exemplo pra outros. Depois da cura, caso seja alcançada”, explicou.

Juninho destacou que Anderson precisa de dignidade humana para progredir, por isso, ele receberá ajuda para trabalhar, se alimentar e seguir a vida. “Vai dar certo? Não sabemos, mas é o único provável caminho que poderá recuperá-lo e reintegrá-lo à sociedade. Quanto à agressão sofrida, será muito, mas muito mais difícil, esquecê-la que se liberar do vício”, avaliou.

“Depois da tortura (imensurável, inexplicável), a humilhação é a pior agressão feita ao ser humano, ela agride muito mais que o tapa em si. Sobre isso, o Rogério Pereira se responsabilizará do processo. Agradecendo a todos a intenção de ajuda, seja ela por sentimento ou doações”, finalizou.

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