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Na Sombra do Poder: IGH no olho do furacão

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Os bastidores da política baiana  |   Bnews - Divulgação Arquivo/BNews

Publicado em 21/06/2018, às 00h00   Editoria de Política


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Sine die

O chamamento público para gestão de duas UPAs de Salvador está ganhando contornos de novela. Já está no terceiro adiamento. O aviso de prorrogação deixa estampado em bom latim: sine die, ou seja, sem data para ocorrer a seleção da organização social que irá administrar as unidades do Vale dos Barris e a Alfredo Bureau, no Imbuí. A informação que corre é que as UPAs são desejadas por empresas, leia-se entidades sem fins lucrativos, de diversas partes do país.

IGH na mira de Elinaldo

Em Camaçari, quem anda tendo dor de cabeça é o prefeito Antônio Elinaldo. Ele anda pirado com o que tem ouvido de reclamações da gestão do IGH na área da saúde no município. Se o prefeito está p* da vida, a população mais ainda. Logo quando assumiu a prefeitura no ano passado, o gestor encontrou o abacaxi deixado pela gestão anterior. E o abacaxi segue com casca.

Esqueceram de mim I

Em meio à agenda apertada, o prefeito ACM Neto esteve no bairro Cosme de Farias no último dia 15 para entregar uma encosta com geomanta. O que rendeu comentários entre os presentes foi o fato de ele não mencionar no discurso a autoria da indicação da obra: o deputado Pablo Barrozo, seu ex-assessor parlamentar. 

Esqueceram de mim II

O PDT baiano, aliado do governador Rui Costa (PT), assiste em silêncio às costuras feitas nacionalmente e que podem resultar na união do DEM e PP em torno da candidatura do pedetista Ciro Gomes. Presidente do partido por aqui, o deputado federal Félix Mendonça Júnior, diz que se o casamento sair por lá, nada muda por aqui. Mas o que se sabe é que é que tem pedetista colecionando queixa na base governista. 

Esqueceram de mim III

Ainda no ninho pedetista, a cúpula do partido ainda espera ser convidada por Rui Costa para ver o que sobrará na composição da chapa majoritária. Até essa quarta, não havia nenhum gesto ou sinal advindos do Palácio de Ondina. 

Tensão no ar

Diante dos adiamentos do anúncio da composição da chapa petista, o clima na base governista começou a ter ares de tensão. Engana-se quem acha que apenas os membros do PSB são os aliados que estão com os ânimos mais à flor da pele com a possibilidade latente de Lídice ficar fora da chapa. O PCdoB, de olho na suplência de Jaques Wagner (PT), não ficou nem um pouco satisfeito em ter sido preterido em detrimento do PSB, que deve emplacar Bebeto Galvão.

Sinais

Um dos sinais mais claros da tensão no PCdoB veio na inauguração da Via Metropolitana, dias depois de o partido orientar os seus filiados para que não fossem ao forró do governador em Ondina. A ex-titular da Setre e pré-candidata a deputada estadual, Olivia Santana, foi a única comunista presente na inauguração. Sempre solícita em ocasiões anteriores, ela se recusou a falar com a imprensa sobre o impasse. “Deixa quieto”, limitou-se a murmurar. 

Visão futurista

Ainda na seara da chapa governista, o grito do PCdoB e a sua não ida ao forró do governador Rui Costa, muito além da insatisfação com a construção da chapa, se dá por sanha por espaço no governo. A negociação agora é por cargo no lote petista no segundo mandato.

Na luta e na labuta...

Diante da possibilidade concreta de ficar fora da majoritária de Rui, a senadora Lídice da Mata, militante que é, vai levar sua pré-candidatura à reeleição na chapa majoritária até o fim. Até o anúncio oficial do governador Rui Costa, ao menos. Criou-se uma expectativa para a Plenária da terça-feira, mas ela logo tratou de frustrar a imprensa. “Aqui não vai ter anúncio algum. Vou ficar muda, só ouvir”, disse, ainda chateada com as “especulações da imprensa” de que ela seria candidata a deputada federal. Para os militantes socialistas, no entanto, ela fez um discurso baseado na condição de estar fora da chapa. Para bom entendedor, meia palavra basta. 

...pela honra

A pedra cantada de que Lídice da Mata está ainda esperneando pela vaga do Senado, mesmo depois de 10 em 10 políticos comentarem de que ela perdeu a queda de braço para Coronel (PSD), se dá pelo fato da sua sobrevivência política no comando do PSB baiano. Lídice quer mostrar à Executiva nacional que lutou até o fim. 

A Casa do povo

Na Câmara soteropolitana, a sessão que aprovou a retirada do aumento automático dos salários dos servidores municipais terminou mal. Logo após a pancadaria e a votação, os vereadores da base de Neto ficaram ‘presos’ na presidência da Câmara esperando que os manifestantes se dispersassem. Todos com medo de encarar. A exceção foi a republicana Ireuda, que decidiu colocar a cara à tapa. Aliás, seu assessores quase apanharam. A sorte foi a polícia ter aparecido antes.

Ovo para todo lado

Falando em manifestação, os servidores revoltados com o prefeito pouco se preocuparam com o aumento do ovo após a greve dos caminhoneiros no país. O que se viu na Praça Municipal foi uma chuva de ovos em frente à CMS. Todos os funcionários que se atreveram a sair foram atingidos por ovos, inclusive repórteres e cinegrafistas. 

Tempestade lá fora

Enquanto o pau quebrava dentro do plenário, quando policiais lançavam gás de pimenta nos servidores municipais que invadiram o plenário, teve vereador assistindo a jogo da Copa do Mundo em um local reservado na Casa. A partida entre Tunísia e Inglaterra parecia estar mais divertida. Em tempo: Inglaterra venceu por 2 a 1.

Relação estremecida

No clima tenso gerado na Câmara, o vereador Cézar Leite (PSDB) votou contra um artigo do projeto do Executivo e estremeceu as relações com o Palácio Thomé de Souza. Após declarações polêmicas contrárias ao projeto de gratificações, o tucano foi emparedado: enquanto aproveita das benesses do prefeito de Salvador, por outro lado vota contra o gestor. Os vereadores ainda se queixam de que as críticas do tucano recaem, principalmente, nos edis que miram assentos na AL-BA e na Câmara Federal.

Ação e reação

A base do prefeito ACM Neto na Câmara de Salvador ficou uma arara com Cezar Leite e Ana Rita Tavares (PMB) por terem votado contra o artigo 13 do polêmico projeto dos servidores. “Nós vamos lá, colocamos a cara a tapa, fazemos o trabalho por acreditar no Palácio Thomé de Souza e dois da base votam contra?”, indagou, revoltado, um edil à coluna. E mais: o tucano está na mira dos colegas, pois se vale de “independência” nas redes sociais. O fogo amigo tá correndo solto. 

Entrando na história

A votação, nas palavras de Léo Prates, foi o seu maior desafio. E com razão: um belo presente de grego o prefeito enviou em um ano de eleição, quando sua base está recheada de pré-candidatos a cargos no Legislativo estadual. Deixou muito aliado de saia justa diante da opinião pública. 

Capricho

Diante de uma sessão das mais conturbadas dos últimos tempos, o vereador Vado Malassombrado (DEM) pediu um minuto de silêncio, no meio do fuzuê, em homenagem a Orlando Tapajós. Prates titubeou em fazer a homenagem naquele momento. Vado deu pra ruim. Disse que se o presidente não fizesse, sairia do Plenário. Por necessidade de voto, Prates teve que fazer o capricho.

Em busca de sobrevivência

O ninho dos menudos anda estremecido nas cercanias do Palácio Thomé de Souza. Nas agendas do prefeito, onde geralmente todos se encontram, o que não faltam são piadinhas irônicas. Uns andam mais acreditados na eleição para deputado estadual, e até se gabam disso, outros nem tanto. Mas ninguém perde a piada e o riso solto. Em outubro, esta coluna vai saber quem cantou de galo no final da história. É bom lembrar que as eleições são vencidas na contagem das urnas. Fica a dica.

Classificação Indicativa: Livre

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