Cidades

GGB e Fabíola Mansur se posicionam contra exclusão de gays na doação de sangue

Publicado em 24/06/2016, às 12h00   Redação Bocão News


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O presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), Marcelo Cerqueira, e a deputada estadual Fabíola Mansur (PSB), juntos, escreveram um artigo público no qual se posicionam contra a exclusão do doador de sangue por sua orientação sexual. O tema ganhou os holofotes da imprensa após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pedirem que homens que fizeram sexo com outro homem devem esperar pelo menos 12 meses para poderem doar sangue.

Segundo a publicação, a agência se manifestou nesta quarta em ação do PSB que corre no STF e pede a derrubada da norma do Ministério da Saúde. 

“Doar sangue é um ato de amor, um gesto de solidariedade que salva vidas (...). Se por um lado o poder público afirma um tratamento preconceituoso e discriminatório, por outro ainda prejudica a promoção da saúde pública, até porque o próprio Ministério da Saúde reconhece a gravidade que é a carência dos bancos de sangue brasileiros”, argumentam no texto.

Em outro trecho do artigo, o ativista e a parlamentar dão a dimensão que a proibição causa. “Para se ter uma ideia do que significa a interdição do direito à doação de sangue por homens homossexuais, basta calcular que uma única doação pode salvar até quatro vidas. Vale saber ainda que em apenas uma doação são coletados, em média, 450 ml de sangue, de modo que o desperdício anual de 19 milhões de litros corresponde a um número gigantesco de vidas que poderiam ser salvas, bastando, para tanto, o bom-senso do Ministério da Saúde”, afirma.

Ambos também argumentam a partir de declarações do ministro do STF, Fachin. “Está certo o ministro Fachin que, ao analisar a peça do PSB, declarou que “muito sangue tem sido derramado” no Brasil em nome de preconceitos que “não se sustentam”. O ministro afirma em seu relatório que: “Não me afigura correto ou salutar que se coadune com um modo de agir que evidencie constante apequenar desse princípio maior, tolhendo parcela da população de sua intrínseca humanidade ao negar-lhe a possibilidade de exercício de empatia e da alteridade como elementos constitutivos da própria personalidade” (...)”, finalizam. 

Matéria originalmente publicada às 12h

Classificação Indicativa: Livre

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