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Especialista em transporte aéreo de animais comenta morte de cachorro em voo da Gol: 'Pet não é bagagem'

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Especialista deu dicas para tutores que desejam viajar com pets em voo  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Redes sociais

Publicado em 23/04/2024, às 19h40 - Atualizado às 20h15   Victória Valentina


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A trágica morte do cão Joca durante o transporte aéreo da Gollog, empresa da companhia Gol, na segunda-feira (22), segue causando comoção nas redes sociais. O pet, que deveria ser encaminhado de Guarulhos (SP) para Sinop, no Mato Grosso, onde seu tutor o aguardava, foi levado para Fortaleza por conta de um erro da empresa. Com isso, o bichinho de estimação de João Fantazzini acabou falecendo.

Em contato com o BNews, a empresária do setor de turismo Ana Lechugo, especialista em transporte de animais, explicou que o maior erro no caso de Joca foi que "não trataram ele como ser vivo."

"O transporte foi feito pela Gollog, que é o setor de cargas da Gol. Mas isso não exime o erro de terem tratado o pet com uma carga, porque ele não é uma carga, ele não é uma bagagem. Mesmo as nossas bagagens devem ser tratadas com respeito. Primeiro que erraram a rota, isso é inadmissível, já que é um contrato de transporte, eles não podiam errar a rota. E outro que erraram é que deixaram o cachorrinho abandonado no sol, não trataram ele como um ser vivo. Esse foi o maior erro", explicou.

Segundo Ana, cada companhia aérea tem sua regra no transporte de pets. "Elas escolhem como elas vão levar os animais, qual o peso que eles levam, qual o tamanho das caixas etc. Então, o que a gente tem hoje, que a grande maioria das companhias aéreas não levam, e algumas levam no porão, outras na cabine. Na cabine, geralmente, se levam pets até uns 10 quilos, que se cabem numa bolsinha que no máximo tem uns 25 a 28 centímetros de altura, por cerca de 55 centímetros de comprimento. No porão, leva pets de 45 a 75 quilos, com a caixa. Existe também transporte de carga viva, que é um processo de carga mesmo, que vai desacompanhado de uma pessoa responsável no voo", explicou.

No caso do golden retrivier de João Fantazzini, ele foi levado como carga viva. A empresária defende que nenhum pet deveria ser transportado desta forma.

"Eu sou grande defensora do pet na cabine, pet não é bagagem. O que eles deveriam ter feito era tratar como um ser vivo, então ser o último a entrar na aeronave, o primeiro a sair, ser colocado num lugar fresco com ventilação, ter tirado ele dali de dentro, dado água, porque eles já estavam cometendo um grande erro que foi ter mandado para o lugar errado. Eu sei que é complexo até porque às vezes você não sabe se o cão é agressivo, reativo ou não, mas mesmo assim, ele estava preparado a fazer uma viagem de 2h30 e não de 8 horas dentro de uma caixa, no sol, no calor, então eles não podiam ter feito dessa forma", disse.

Ana Lechugo contou que sempre orienta seus clientes a levarem os pets na cabine, mesmo que precisem lutar judicialmente por isso. Porém, há formas de tentar garantir o cuidado dos bichinhos durante a viagem caso ele vá no porão da aeronave.

Confira as dicas:

  • Entregue o pet nos últimos momentos que você pode, do prazo que você pode entregar;
  • Retire seu pet logo que você chegar para pegar suas bagagens;
  • Verifique na hora que você vai embarcar se o pet já foi carregado dentro da aeronave;
  • Na hora de comprar um voo, verifique se o horário do voo está condizente com o clima, ou seja, não está muito calor, não está muito frio.
"Tome esses cuidados e tente sempre, sempre perguntar sobre seu pet", disse a empresária.

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