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Cachorro morre após ser esquecido no carro de creche: "Foi literalmente cozinhado"

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Esquecido no carro de creche, pug morre e empresária assume negligência  |   Bnews - Divulgação Arquivo pessoal

Publicado em 13/04/2023, às 11h45 - Atualizado às 11h50   Cadastrado por Milena Ribeiro



O cachorrinho pug, chamado Benjamin e carinhosamente apelidado de Ben, morreu após ser esquecido dentro do carro de transporte da creche para cães Petrioca Pet, no Acre, na terça-feira (4). Apesar de confessar que houve negligência, a proprietária do estabelecimento afirmou que a história contada pelos tutores foi sensacionalista.

O arquiteto Caio Cavalcante foi surpreendido com a notícia que o animal morreu horas depois de deixarem o animal aos cuidados da dona da creche, Ana Fonseca. A tutora do pet, mãe de Caio, afirmou que ainda é difícil falar sobre a perda, pois considerava o pet um membro da família.

Cachorro morre após ser esquecido no carro de creche

Caio, por sua vez, denunciou o caso, afirmando que houve negligência por parte da empresária. Ele explicou que Ana foi buscar o animal na casa deles por volta das 7h45, e, às 15h, recebeu a notícia de que o pet estava em um hospital veterinário, mas que sua saúde era estável.

O que aconteceu nesse meio tempo, segundo relatos, foi o esquecimento de Ana, que não tirou Ben do carro quando retirou os outros três cães que estavam com ele. Conforme relatado pela empresária aos tutores, às 09h40, a ausência do pet foi notada. Mas, de a ficha do pet feita no hospital, ele deu entrada na unidade de saúde às 11h.

"Não condiz com o relatório da veterinária que atendeu o Ben, porque pegamos a ficha dele e diz que ele deu entrada no hospital às 11 da manhã. Você não demora das 9h40 até 11h para chegar ao hospital", disse Benjamin.

O casal contou em suas redes sociais que o termômetro do hospital não foi capaz de aferir a temperatura do pet de tão alta que estava. Apesar dos esforços dos veterinários, Ben não resistiu."É difícil imaginar o que ele passou dentro daquele carro, esquecido, totalmente sozinho. Ele foi literalmente cozinhado", lamentou Caio.

Ben faleceu minutos depois de Ana ligar para os tutores afirmando que o pet estava estável. "A dona da creche informou à minha mãe, que estava prestes a fazer alguns exames, e ela me mandou mensagens desesperadas pedindo ajuda. Liguei pra a dona da creche, que não falou o que aconteceu, só falava que ele estava estável e no hospital. Em nenhum momento se explicou de uma forma clara para a gente entender o que tinha acontecido. Quando cheguei ele não tinha nenhuma reação, não sentiu minha presença, não se mexia", relembrou.

No hospital, enquanto a médica-veterinária explicava que Ben estava naquele estado por causa de algum dano neurológico que pode ter sido causado pelo tempo que ele ficou sem oxigênio dentro do carro, o rapaz percebeu que o animal teve um espasmo e esticou uma das patas.

"Pediram pra eu sair da sala que iam fazer algumas manobras nele. Saí e percebi que não estava tudo bem", relembrou.

Indignado, ele disse: "Ele ia fazer sete anos este mês. Foi negligência, um erro deixar o cachorro lá. Se você leva quatro cachorros no carro, você retira quatro cachorros, não tinha três. Você confere. É negligência por parte dela. Ela falou no vídeo que quando cheguei no hospital, ele teve uma parada cardíaca e morreu. Falou que foi minha culpa ele ter morrido, sendo que quando cheguei estava em estado vegetativo".

Cachorro morre após ser esquecido no carro de creche: "Foi literalmente cozinhado"

A advogada da família, Vanessa Facundes, acionou a Justiça contra a creche. Também foi feito um boletim de ocorrência e a advogada acionou o Ministério Público do Acre (MP-AC).

O outro lado

Ana Fonseca relembrou o dia que o pet morreu e detalhou o ocorrido. Segundo a mulher, o carro tinha quatro animais, contando com Benjamin, que foi esquecido no veículo dentro de uma caixa de transporte, com o carro aberto e na sombra. Ben foi esquecido por volta das 9h.

Às 10h, a empresária disse que notou a ausência do pet no pátio e fez a busca pelo animal, o encontrando dentro do veículo com dificuldade para respirar e com a língua roxa. Ela afirmou que, ao se deparar com a situação, logo buscou ajuda veterinária de uma médica parceira e o encaminhou para um Pronto Socorro Veterinário. O percurso levou 20 minutos.

"A gente chegou com o Ben e não fez ficha. Cheguei e depois que ele [Benjamin] estava no oxigênio, com aplicação de medicamentos, fui fazer", explicou Ana.

Ela afirmou que não ligou para a família de imediato, pois, a prioridade era o atendimento ao animal. Ela ainda disse que quando deixou Ben sob os cuidados do hospital e foi para a casa, o pet estava estável e conseguia até andar, mesmo que cambaleante.

Apesar de assumir a negligência, ela afirmou que os fatos que estão sendo relacionados estão distorcidos. "Falaram que a gente não prestou nenhum tipo de socorro. Duas veterinárias estavam comigo. Eu saí do Pronto Socorro veterinário e o cachorro estava em observação, não estava nem internado", contou.

"Não quero, de forma alguma, negar responsabilidade, mas também foi uma fatalidade porque eu jamais iria me colocar nessa posição de passar pelo transtorno que estou tendo. Compartilho, em parte, do sofrimento dos clientes porque o Ben foi um dos primeiros clientes, um cachorro que eu amava. Tem sido difícil pra mim carregar o peso do óbito dele", finalizou.

Classificação Indicativa: Livre

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