Política

PT acredita que candidatura de Lula será aprovada pelo TSE, diz Haddad

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O petista também refutou a possibilidade de ele ser o plano B do partido na corrida pelo Palácio do Planalto  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 25/06/2018, às 13h01   Eliezer Santos


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Nome de uma geração remanescente do PT, Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo,  acredita que uma eventual ausência do ex-presidente Lula nas eleições presidenciais fragiliza a democracia. Em entrevista ao BNews, durante o velório do ex-governador Waldir Pires, neste último fim de semana, o petista também refutou a possibilidade de ele ser o plano B do partido na corrida pelo Palácio do Planalto.

BNews: Volta e meia seu nome aparece como possibilidade de ser plano B, e você evita falar sobre isso. Mas como você se comporta diante disso?

Fernando Haddad: Não é que evita, é que a gente acredita que o presidente Lula pelos precedentes do Superior Tribunal Eleitoral tem que ter a sua candidatura registrada, dada a fragilidade da sentença condenatória, todo mundo acha isso. Muito frágil a sentença condenatória. Vai tirar um homem que tem 50% de intenção de voto por causa de uma sentença frágil? Quer dizer, isso nos parece que a democracia fica manca sem o Lula. Porque, veja as pesquisas, 50% do eleitorado querem que ele participe da eleição e 35% já querem votar nele no primeiro turno. Como é que você vai impedir um homem desse de disputar a eleição. Ah, mas tem o triplex! Que triplex é esse? O homem nunca dormiu lá, nem a cópia da chave tinha. Só aqui que acontece uma coisa dessa. Nós temos que voltar a pensar grande, botar os nossos melhores quadros para jogar. Cada um tem o seu Pelé. PSDB põe o dele, a gente põe o nosso, e ver o que o povo escolhe.

BNews: Em caso de impeditivo final lá na frente no TSE, seu nome está à disposição do partido?

FH: A questão não é essa. A questão é que: um, nós nem cogitamos que isso aconteça. Dois, o Lula é o que tem que dizer. Lula é o Pelé do PT.

BNews: Assim como Alckmin é o Pelé do PSDB?

FH: Lula é o Pelé da América Latina, o Pelé global. Ele é reconhecido no mundo inteiro. Olha a quantidade de solidariedade que ele está recebendo. Artistas, intelectuais, cientistas do mundo inteiro. Não é qualquer um, não.

BNews: Como foi que você avaliou a decisão do ministro Fachin de tirar o julgamento de Lula da pauta do STF?

FH: Olha, eu acho que...o que se espera da suprema corte? A gente espera que todo mundo seja tratado igual, né? Não pode uns receber habeas corpus e outros não. Porque que uns recebem e outros não? Não faz sentido. Tanta gente ganhou habeas corpus para responder em liberdade, em processos muito mais escabrosos. O do Lula não tem nada de escabroso. Um processo simples até porque não tem uma prova ali contra ele. Aí ele não recebe habeas corpus, e os outros recebem. Ele não tem nenhum tipo de be... não é regalia, não, porque ninguém está atrás disso. Tratamento isonômico só. A gente estranha isso tudo porque dá muita insegurança.

BNews: Os grupos mais próximos do governo falam muito em uma candidatura de centro, que traga equilíbrio...

FH: O Lula!

BNews: ...eles colocam sobre o PT a pecha de radicalismo...

FH: Onde? Nós governamos 12 anos e onde é que estava lá? Lula saiu com 86% de aprovação, será que tem 86% de gente radical no Brasil? [risos] Se tiver é bom, mas não tem [risos].

BNews: Então a ideia de [a oposição] vender uma candidatura de centro não afeta vocês?

FH: [Lula] Ele é o centro! Ele é centro esquerda. Ele é um cara de centro esquerda. Ele olha para os mais pobres, como toda pessoa de bom senso deve fazer no Brasil. Vai olhar para os mais ricos?

BNews: É a mesma proposta que Alckmin está trazendo de equilíbrio ao país?

FH: Não, ele já estava com o olho no mercado. Ele quer agradar o mercado. O Lula quer agradar o terço da população que ainda não teve acesso à modernidade, é isso.

Classificação Indicativa: Livre

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