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Tenho certeza de que não vai dar em nada, diz Lúcio sobre processo no Conselho de Ética

Imagem Tenho certeza de que não vai dar em nada, diz Lúcio sobre processo no Conselho de Ética
Bnews - Divulgação

Publicado em 15/05/2018, às 15h01   Cíntia Kelly


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Enfrentando um processo no Conselho de Ética na Câmara dos Deputados, Lúcio Vieira Lima (MDB) acredita que não sofrerá punição. “Tenho certeza de que não vai dar em nada”, diz o parlamentar ao BNews, pouco antes de deixar a posse do novo presidente municipal do MDB, Gerson Gabrielli, na manhã desta terça-feira (15).

Sobre a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra ele, seu irmão, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, e a mãe dos dois, dona Marluce, no caso dos R$ 51 milhões apreendidos em um apartamento em Salvador, Lúcio afirmou que seus acusadores é que deverão provar a sua culpa.

Apesar da debandada que houve na legenda, Lúcio demonstrou confiança no resultado das eleições deste ano, acreditando que o partido pode fazer até três deputados federais. O terceiro, disse, viria a partir de uma coligação partidária.

BNews – Tem mais de um mês que o senhor não vai à Câmara dos Deputados e com isso o Conselho de Ética não conseguiu notificá-lo sobre a abertura do processo, fazendo há alguns dias por meio de publicação no Diário Oficial. Por que o senhor está ausente e em que pé está a sua defesa?

Lúcio Vieira Lima - O que foi votado nesses últimos dias? Depois da prisão de Lula, a oposição vem obstruindo as sessões. Existe oito medidas provisórias para serem votadas e cujo prazo vence amanhã. Diante desse quadro, a atuação de um parlamentar não se resume a marcar a presença. A falta será descontada como qualquer cidadão e as minhas serão. Meu mandato consiste no contato com a população e com os prefeitos e isso estou fazendo. Antes de começar a obstrução eu estava indo para a Câmara, mas com ela vou fazer a outra parte do mandato. Quando não se visita as bases as pessoas dizem que o político é igual a Copa: só aparece de quatro em quatro anos.

BNews – Mas em que pé está a sua defesa?

Lúcio Vieira Lima - A minha defesa será apresentada. Os juízes serão os parlamentares e tenho certeza que a única dor que tenho é a dor da consciência limpa. Tenho a certeza de que não vai dar em nada. Estou em pré-campanha com todo gás e toda força. Corri no fim de semana oito municípios e vai ser assim até o dia 7 de outubro [dia da eleição].

BNews – O senhor, seu irmão, o ex-ministro Geddel, e a mãe dos dois, dona Marluce viraram réus no Supremo Tribunal Federal (STF). Já Gustavo Ferraz foi absolvido. O senhor achou justa absolvição dele? E o fato de vocês terem virado réus?

Lúcio Vieira Lima – Em primeiro lugar, não houve a absolvição de a, b ou c. A denúncia faz parte de uma etapa do processo. Com a denúncia vão colher o meu depoimento e vou ter a oportunidade de mostrar a minha inocência. Não sou só eu o denunciado, não. Quando coloca assim fica parecendo que é algo exclusivo. Saiu matéria dizendo que tem mais de 200 parlamentares denunciados. Uns por uma coisa, outros por outra. Existem jornalistas que respondem a inquérito, médicos (...). Muita água vai correr por debaixo da ponte. Não cabe a mim provar a minha inocência. Cabe a meus acusadores provarem a minha culpa. Afinal de contas, as árvores que dão mais frutos são as que levam mais pedradas. Eu não perdi um minuto de sono com essas questões. Cada minuto de sono que perco é um minuto a menos de trabalho para o povo.

BNews – Recentemente o senhor falou que tem interesse de ter o ex-prefeito de Salvador João Henrique coligando na proporcional. Lá atrás vocês tiveram um a aliança e o rompimento não foi bacana. O senhor já conversou com ele?

Lúcio Vieira Lima - Nenhum rompimento é bacana. Ninguém faz aliança para romper. As condições é que levam ao rompimento. João Henrique tem seus valores e potencial. É justo que coloque a candidatura ao governo. Todos os partidos devem colocar. Quando se idealizou eleição com dois turnos foi com esse objetivo. Que todos os partidos apresentem candidatos e no segundo turno participarão os dois mais votados. Aí se faz aliança em torno da ideia e do programa. Quando não tinham dois turnos, tinha gente se elegendo com 25, 26% dos votos. Com as coligações se perdeu o sentido do segundo turno. Agora se traz um partido por causa do tempo de TV. Com isso, as alianças deixaram de ser ideológicas para serem fisiológicas. João Henrique é um candidato a governo e respeito. Vamos conversar até as convenções. Quando chegar na última hora os partidos vão saber as condições de suas chapas. Se vão precisar coligar ou não (...) O que está havendo no DEM, PSDB, PP é que interesses dos partidos que chamam de nanico (mas chamo de emergentes) deixaram de ser confluentes para serem conflitantes e aí está havendo essa desarrumação. Mas coligação para mim só mais lá na frente, na boca da eleição.

BNews – Os deputados eleitos pelo MDB deixaram a legenda. Qual é a sua expectativa de eleição em relação a deputados federais e estaduais?

Lúcio Vieira Lima – Para você ter uma ideia, o MDB quando não teve candidato ao governo teve mais de 70 mil votos na legenda. Imagine agora que tem candidato que vai chegar nas praças e na TV defendendo o 15, a história de Ulysses Guimarães, do MDB de vanguarda, das ‘Diretas Já’. Isso não vai apenas mexer com a família emedebista, mas com toda a população. Só com voto de legenda vamos eleger um federal, podendo chegar a três se coligarmos. E estadual também devemos eleger dois. Tem muita candidatura forte em Vitória da Conquista e etc. Existe uma coisa que nós do MDB temos e os outros partidos não. Nós temos maior patrimônio de nome. Em todos os municípios tem o MDB, tem um vereador que é candidato a prefeito. Temos como preencher as 59 vagas para federal. Não vamos sair com chapa de dez onde germina o deputado tendo menos votos e não atingindo o quociente. Vamos atingir mais de duas vezes o quociente. Não quer dizer que eu não esteja desejando sorte aos que saíram, porque a briga não vai ser conosco, vai ser entre eles, é o chamado ‘todo mundo no quarto nu com a foice na mão’.

BNews – ACM Neto disse que se fosse candidato não gostaria de coligar com o MDB, mas deixou a decisão para José Ronaldo. O MDB pretende coligar ou sair isolado é uma questão já pacificada

Lúcio Vieira Lima – Pessoalmente ACM Neto e nem José Ronaldo me disseram [que não deseja coligar com o MDB]. Até porque o MDB nunca pediu para coligar na chapa majoritária e nem na proporcional. O que vejo é a imprensa dizendo que estão nos negando o que não pedimos. Não cabe essa indagação porque nós nunca pedimos. A mim nunca disseram nada, nem para pedir para deixar o partido...

BNews – Não pediram para o senhor ir para o PHS?

Lúcio Vieira Lima – Se tivessem pedido e eu atendido estaria com a cabeça inchada, porque diziam que o PHS era um partido controlado e a gente está vendo essa confusão que está tendo. Eu aprendi que amor a gente tem em casa. (...) Aqui tenho amigos, companheiros e eleitores.

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