Política

Ciro Gomes ironiza candidatura de Luciano Huck: Não é melhor cancelar a eleição e entregar o país à Globo?

Imagem Ciro Gomes ironiza candidatura de Luciano Huck: Não é melhor cancelar a eleição e entregar o país à Globo?
Presidenciável do PDT esteve em Salvador, onde participou de palestra na Ufba  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 01/11/2017, às 12h30   Cíntia Kelly e Luiz Fernando Lima


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Acostumado a usar adjetivos fortes para desqualificar adversários políticos, o presidenciável Ciro Gomes (PDT) falou rapidamente com o BNews. Negou que tenha sido machista ao dizer que as eleições de 2018 é de testosterona, numa crítica direta a Marina Silva (Rede), voltou a atacar o Congresso Nacional, a quem chamou de “santuário da democracia” mas que tem uma “maioria conjuntural de pilantras”. Reconheceu a força da candidatura de Lula à presidência da República, além de minimizar a possível candidatura do apresentar Luciano Huck. “Não é melhor cancelar a eleição e entregar o país à Globo?”.
Abaixo leia a entrevista na íntegra:


No início do mês de outubro, o senhor disse que seria uma honra participar de uma chapa com Marina Silva, da Rede. Em meados do mesmo mês, o senhor disse que seria uma campanha pesada, que vai requerer muita testosterona...
Mentira. Eu nunca disse nada parecido. Teria uma honra de ir com Marina para qualquer lugar, porque Marina é uma grande brasileira, é honrada, decente. Tenho respeito e afeto. Foi o que eu disse e o jornalismo de São Paulo deturpou. Eu criticava muito o ódio que tem dominado a politica brasileira e Marina é muito avessa a isso, porque tem uma personalidade doce. 

Numa eventual candidatura, você daria a Marina a cabeça de chapa e ficaria com a  vice?
Ciro Gomes - Quem decide a minha candidatura é o PDT.

O senhor falou sobre a tragédia que é o congresso Nacional. Queria que o senhor comentasse isso.
Ciro Gomes – É a maioria do Congresso. O Congresso é o santuário da democracia. Temos uma maioria conjuntural de pilantras, que trabalham diariamente contra os interesses nacionais e dos mais pobres para servir a um certo baronato brasileiro e estrangeiro. Mas veja bem, está nas nossas mãos tomar nota do nome dessa gente e não deixar que essas pessoas voltem para o Congresso nas próximas eleições. 

A governabilidade talvez tenha sido um método usado pelo PT que não funcionou e acabou dando nisso. Caso se torne presidente, como o senhor se relacionaria com o Congresso Nacional?
Ciro – Isso é papo furado. Na verdade essas alianças jamais foram feitas ao redor de qualquer questão de governabilidade. Elas foram feitas por duas razoes. Medo de CPI e pela permanência do poder. Não vamos esquecer que quem botou Michel Temer nessa posição [na linha sucessória] foi o PT. O PT prestigiou Eduardo Cunha quando meu irmão, Cid Gomes [ então ministro da Educação] o denunciou e eles preferiam continuar com Cunha do que com ele que estava defendendo Dilma Rousseff.

Como você vê o crescimento da candidatura de Jair Bolsonaro (Patriota)?
Ciro Gomes - Não estou vendo isso, não.

Você não vê as pesquisas?
Ciro Gomes – Não estou vendo crescer.

E o surgimento do nome de Luciano Huck?
Ciro – Também não estou vendo. Não é melhor cancelar a eleição e entregar o país à Globo? 

A reforma fiscal é uma prioridade em detrimento da reforma previdenciária, por exemplo?
Ciro - É o termo correto porque precisamos juntar previdência, o sistema tributário e a questão da dívida pública. As três coisas caminham juntas. Não vou fazer reforma tributária sem mexer na contribuição que incide sobre o faturamento das empresas, que basicamente são para seguridade social, portanto, reforma tributária e previdenciária deveriam estar juntas, o que não está acontecendo.

A reforma política é necessária para fazer uma reforma fiscal?
Ciro – Não. Nenhum país na história do mundo ajustou sua política para fazer um projeto, pelo contrário. Todos os países do mundo organizam as forças políticas ao redor do projeto.  O que temos que fazer? Propor o projeto, quem for a favor ou contra, se organizar ao redor desse referencial, daí vem a reforma política.

Não existe saída fora da democracia?
Ciro – Fora da democracia não há saída para  dignidade porque nós já tentamos esse atalho.  É uma grave mentira histórica de que o país passou bem na ditadura. Mentira. 

Você fala que não vê o crescimento do Bolsonaro, mas há uma onda conservadora crescendo.
Ciro – Também não vejo. O que vejo é uma profunda e compreensível decepção com a esquerda brasileira, especialmente o PT. Nós do PDT ganhamos as eleições para prefeito em Fortaleza, ganhamos a eleição em Natal, em São Luiz, onde disputamos, ganhamos.

Falam muito que as pessoas querem um outsider [ alguém fora da política]. 
Caio - Isso é conversa mole da imprensa de São Paulo, sai dessa.

Lula candidato. O senhor mantém a sua candidatura?
Ciro – Minha candidatura só depende de o meu partido decidir.

Mas Lula é um candidato forte?
Ciro Gomes- Muito forte. Ele é o favorito.  

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