Eleições

Candid(as cri)aturas

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Bnews - Divulgação

Publicado em 21/09/2018, às 07h57   Padre Alfredo Dorea*


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Surgem do nada: ligam, enviam mensagens, vestidos em peles de cordeiros ou de generosos benfeitores.
Candidat@s de todas as marcas e perfis querem visitar a Instituição, falar de projetos, apoio, parcerias e solidariedade.

A IBCM tem portas e corações abertos a todos, mas sua prioridade são os “últimos”: os que não tem, não sabem, não podem, não são. Roubar-lhes o tempo para atender “candidatos Copa do Mundo” que dão as caras a cada 4 anos, seria injusto e desonesto.

E como fazer com a insistência de quem quer se eleger pongando na imagem de instituições sérias?
Venham hoje como os demais doadores: com as mãos ocupadas! Tragam o que nos possa servir agora: leite em pó, fraldas infantis, alimentos... Ou paguem algumas da nossas inúmeras contas. Assim, sejam bem vindos agora. Como o são todos os nossos benfeitores, que se alegram em dar, sem nada em troca pedir. Em futuro, venham prestar contas do dever cumprido, tendo realizado aquilo para o qual foram ungid@s: cuidar dos empobrecidos, dos que nada têm, além da solidariedade e o amor de instituições que delas cuidam, até que próxima eleição aconteça e que a romaria dos “caça votos” se repita.

Quem for eleito, exerça continuamente a sua missão de elaborar projetos ou gerir a coisa pública, com lisura, transparência e probidade, durante cada um dos dias dos quatro ou oito anos que durar o mandato que lhe foi conferido por voto popular.

De boas intenções, o inferno (se existir) há de estar cheio.  “A gente não quer só comida”, e temos muito presente o já profetizado por Zeca Pagodinho: “Nós somos carentes, não somos otários pra ouvir blá, blá, blá em cada eleição”.

*Padre Alfredo Dorea escreve quinzenalmente para o BNews, e é arcebispo da Igreja Anglicana Tradicional do Brasil. Graduado em filosofia e teologia. Mestre pela Universidade Gregoriana de Roma. Atua no diálogo interreligioso, combate às violências, discriminações e preconceitos, defesa dos direitos humanos e das pessoas mais vulneráveis e empobrecidas, sobretudo as que vivem com o HIV AIDS.

Classificação Indicativa: Livre

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