Política

Artigo: Eis 2018, o ano dos confrontos 

Imagem Artigo: Eis 2018, o ano dos confrontos 
Serão várias linhas de frente disputadas que vão além da Copa do Mundo da Rússia: eleição bate na porta  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 01/01/2018, às 10h14   Victor Pinto*


FacebookTwitterWhatsApp

Chegou 2018. O ano começa cercado de expectativas para todo o mundo. Se 2017, como bem nomeou a retrospectiva da TV Globo, foi um ano de extremos, os próximos 364 dias vão compor o ano dos confrontos. O jogo será jogado!

Serão várias linhas de frente disputadas que estarão além da Copa do Mundo da Rússia, na qual tentaremos superar o trauma do 7 a 1 contra a Alemanha no certame sediado aqui. 

Depois do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a subida de Michel Temer (MDB) para o poder, as nuances do Congresso em meio às reformas, Lava Jato e eventuais novos afastamentos, eis que o ano que muitos almejavam nos discursos e conversas de mesa chegou. Os confrontos que nos cercam passam pela grande final deste campeonato: as eleições, no início do mês de outubro. 

Tudo cerca a eventualidade da candidatura de Lula (PT), um dos principais jogadores. Janeiro um novo confronto começa com o julgamento da ação que corre contra o petista na segunda instância e pode tornar decisivo o desenrolar do ano eleitoral, cuja marca também será do número de candidaturas pulverizadas. Serão vários times em campo: Bolsonaro, Ciro Gomes, Marina, Álvaro Dias e poderão surgir outros. 

Na Bahia veremos de uma maneira mais incisiva a briga entre o time do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), e o time do governador da Bahia, Rui Costa (PT), pelo Palácio de Ondina. Se já estávamos em clima de campanha antecipada, agora começa a intensificação das articulações para formação de chapa, a construção da base aliada, para em junho iniciar o período de campanha e chegar ao pleito eleitoral propriamente dito. 

Neto deve passar o bastão da prefeitura de Salvador a seu vice Bruno Reis (MDB), partir para um discurso para agressivo com críticas mais ferozes ao governo petista. O democrata, apesar de assediado para candidatura à presidência, deve mesmo concorrer ao governo estadual. Tem a seu favor o desgaste do PT, a quebra da relação do Palácio de Ondina com Brasília e mostra como vitrine de gestão os seus anos à frente da prefeitura. Porém, será atacado por suas relações com Michel Temer e, principalmente, com o cacique mor do MDB na Bahia, Geddel Vieira Lima. 

Rui tem uma tranquilidade maior por estar na cadeira. Continua com o ex-governador Jaques Wagner (PT) como seu principal fiador, inclusive na composição da chapa no Senado. O petista deve domar a base para compor sua chapa. Apesar de não ter o governo federal a seu favor, consegue surfar por conta própria em obras do seu orçamento e tem feito controle fiscal da máquina. Rui consegue se desgarrar do lamaçal petista na Lava Jato e marcha com a imagem mais administrador do que político.

Entre dribles, passes, carrinhos, gols e impedimentos veremos os extremos entrarem em campo neste BAVI político e a tentativa de cada equipe levantar o caneco. Uma com esquema tático com a bola literalmente e as outras no convencimento do eleitor. 

* Victor Pinto é jornalista formado pela Ufba, sub editor de política do Bocão News, membro da coordenação da Rádio Excelsior da Bahia e diretor do jornal Correio do Mês de C. do Coité.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp