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Gilberto Júnior/BNewsPublicado em 14/11/2017, às 11h00 Vinícius Ribeiro
Na manhã desta terça-feira (14), um grupo formado por familiares e amigos da bióloga Viviane Magalhães Andrade, de 33 anos, morta em um acidente automobilístico envolvendo o ex-jogador Liedson Muniz, no dia 18 de julho, promoveu um protesto para cobrar o andamento do caso, parado desde 22 de agosto, quando o inquérito policial foi concluído. O ato, que reuniu cerca de vinte pessoas, foi realizado em frente ao prédio do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), no Centro Administrativo (CAB), em Salvador.
Com faixas, apitos e o clamor por justiça, os manifestantes reivindicavam a reprodução simulada do acidente.
"Queremos a apuração do GPS do carro do Liedson em uma nova perícia, porque a gente pensa que tenha ocorrido homicídio doloso (intencional) mesmo", afirmou Mariana Magalhães, prima da vítima. Segundo explicou o advogado da família, Diego Benevides, ao trafegar em alta velocidade na rodovia Liedson assumiu o risco de matar, o que caracterizaria o dolo.
O acidente que vitimou Viviane aconteceu na rodovia BA-887, nas proximidades de Valença, no baixo sul da Bahia. Naquela manhã, o Ford/Ka da bióloga, que estava acompanhada do marido, Daniel Porto Cabral, foi atingido pela BMW de Liedson, que estava com a esposa, Gabriela Muniz.
Segundo Daniel, a principal característica da esposa no trânsito era a prudência. "Ela parou no cruzamento, olhou para os dois lados e engatou a primeira marcha. Aí só lembro da pancada muito forte", contou, ainda abalado, ao BNews. Daniel negou a informação de que Viviane estivesse grávida, conforme chegou a ser cogitado.
Ele relatou que após o acidente passou todo o tempo ao lado da mulher. Viviane chegou a ser socorrida para a Santa Casa de Misericórdia de Valença, mas não resistiu aos ferimentos e morreu horas depois. Os envolvidos prestaram depoimento na Delegacia de Valença.
Após a manifestação, nesta manhã, uma carta com as reinvindicações assinada pela Família Magalhães foi encaminhada à Procuradoria-geral do MP.
"Já senti muita dor quando ela morreu, agora, só saudade no coração. Estamos aqui em busca de justiça, que era o que minha filha mais pregava. Queremos que ele (Liedson) não pense que por ter dinheiro possa comprar as pessoas, testemunhas. A justiça da terra será feita e depois a divina", apontou a mãe da vítima, Lícia Magalhães Andrade, de 64 anos.
REPRODUÇÃO SIMULADA
De acordo com o advogado Diego Benevides, a reprodução simulada é necessária para esclarecer os depoimentos. "O depoimento de Liedson e o da esposa foram diferentes do depoimento de Daniel, esposo da Viviane", contou. Segundo o jurista, à polícia, o ex-jogador afirmou estar dirigindo a 90 km/h. Porém, um perito contratado pela família atestou que o veículo estava em velocidade superior a 140 km/h, resultando na perda total dos dois carros, além da morte.
"Em uma reprodução simulada, nós temos como ver as consequências da colisão a 90 km/h e as consequências da colisão a 140 km/h. Nosso principal clamor com esta manifestação é que seja feita a reprodução simulada, autorizada pelo MP", explicou.
Diego Benevides reivindica do Ministério Público um parecer da denúncia do crime para que venha a se tornar ação penal. O advogado ainda afirma que em nenhum momento a família foi procurada pelo ex-jogador. "A família não quer dinheiro, até porque nem precisa, mas que a justiça seja feita", finalizou.
À época, em seu depoimento, o ex-jogador afirmou que Viviane foi imprudente ao acessar a rodovia.
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