Saúde

Anvisa aprova primeira injeção para prevenir infecção do vírus do HIV; saiba mais

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Cabotegravir será aplicada a cada dois meses para previnir a infecção pelo HIV  |   Bnews - Divulgação Unplash

Publicado em 10/06/2023, às 12h34   Cadastrado por Victória Valentina


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A Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu o registro de novo medicamento ao Cabotegravir, uma injeção aplicada a cada dois meses para previnir a infecção pelo HIV.

A injeção é desenvolvida pela farmacêutica GSK e tem o nome comercial de Apretude. O medicamento funciona como uma profilaxia pré-exposição ao vírus (PrEP). No Brasil, desde 2017, a estratégia é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de comprimidos diários.

O tratamento é destinado a grupos específicos considerados de maior risco de exposição ao HIV, como homens que fazem sexo com outros homens, profissionais do sexo e pessoas que não vivem com o vírus, mas estão em um relacionamento sorodiscordante (em que a outra pessoa vive com o HIV).

O comprimido deve ser tomado diariamente, e é uma combinação de dois antirretrovirais, tenofovir + emtricitabina, que fazem o bloqueio dos caminhos que o HIV utiliza para infectar o organismo. Com isso, caso o indivíduo seja exposto ao vídeo, o risco de contaminação é mais de 90% menor.

De acordo com o Painel PrEP, do Ministério da Saúde, desde a implementação, até abril deste ano, 81.824 brasileiros acessaram a terapia no país – 89% pela rede pública. No entanto, mais de 22 mil deixaram de aderir à estratégia.

Uma das maiores dificuldades de aderir o tratamento é justamente pelo fato de o esquema envolver comprimidos diários, o que leva muitas pessoas a desistirem a longo prazo.

Por conta diso, pesquisadores têm investido em novos fármacos capazes de aumentar a aderência do público-alvo, como os de longa duração, que podem ser aplicados em intervalos maiores, ou em formatos de implantes.

SUS

Embora a Anvisa tenha concedido o registro do novo medicamento para o Cabotegravir injetável, isso não quer dizer que ele será imediatamente oferecido na rede pública.

Para isso, o Ministério da Saúde avaliará se irá incorporar ou não o novo fármaco à estratégia da PrEP no SUS, e planejar as regras para isso.

No entanto, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) já havia anunciado no ano passado que iria implementar um projeto piloto com a PrEP injetável no Brasil, juntamente com o financiamento da Unitaid, agência global de saúde ligada à OMS. A Fiocruz é quem produz hoje a versão em comprimidos da profilaxia distribuída nos postos de saúde do país.

As novas formas de previnir a infecção pelo HIV chega em um momento em que o Brasil registra um avanço no número de novas contaminações. A edição mais recente do Boletim Epidemiológico de HIV/Aids aponta que, entre 2011 e 2021 o número de diagnósticos saltou 198% no país, passando de 13,7 mil ao ano para 40,9 mil.

O Ministério da Saúde estipula que um milhão de brasileiros vivem com o vírus. No mundo, o programa para aids das Nações Unidas (Unaids) estima um total de 38,4 milhões de indivíduos.

Por outro lado, graças à terapia antirretroviral (TARV), os casos da síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) caíram 18,5% no mesmo período no Brasil, passando de 43,2 mil novas notificações, em 2011, para 35,2 mil, em 2021. Isso acontece porque os medicamentos atuais conseguem controlar a infecção do HIV, impedindo a evolução para a sua forma grave, que é a aids.

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