Saúde

ONG prepara educadores para ajudar jovens a lidar com questões ligadas ao HIV

Publicado em 26/11/2015, às 18h43   Agência Brasil



A Fundação Poder Jovem lançou hoje (26) um projeto de capacitação de cerca de 200 líderes de educação de 75 escolas públicas para fazer palestras sobre HIV e temas importantes para os adolescentes. O projeto, em parceria com a Diretoria Regional de Ensino Centro-Oeste de São Paulo, deve durar dois anos.
O objetivo é criar ferramentas que os professores possam ajudar os adolescentes nos conflitos típicos desta faixa etária, incluindo questões ligadas ao virus HIV, causador da aids. Conforme dados do Ministério da Saúde, o índice da doença entre os jovens de 16 a 24 anos aumentou 40% de 2006 até este ano. Em São Paulo, a incidência aumentou 21,5%, segundo a Secretaria de Estado da Saúde.
Glória Brunetti disse que a terceira etapa é fazer o projeto chegar a todos os jovens das escolas municipais e estaduais de São Paulo e dos demais estados do país.
Em 2011, a ONG fez pesquisa com 16 jovens de 13 a 21 anos que participavam de seus projetos e tinham nascido com o vírus HIV. O levantamento constatou que 62% deles frequentavam a escola, 42% tinham relações afetivo-sexuais, mas só 37% faziam atividades físicas, e que 87% já haviam sido internados. “A pesquisa também detectou que alguns não tomavam o remédio porque não tinham disciplina, porque não queriam sentir os efeitos colaterais e porque tinham que esconder essa realidade dos outros”, disse a médica.
A assessora técnica de Coordenação e Prevenção e Articulação Social do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Alícia Kruger, ressaltou que, por causa das restrições nos planos Nacional e Estadual de Educação, ficou muito difícil entrar nas escolas para falar sobre doenças sexualmente transmissíveis, gênero e sexualidade. “As dificuldades para tratar desses assuntos na escola existem porque a maioria desses alunos é menor de idade e está sob a tutela dos pais, que não concordam com a temática nas escolas."
Alícia disse que outra questão é que vive-se atualmente um período de grande conservadorismo político o que impede de falar sobre os temas. "Por isso, projetos como o da Fundação Poder Jovem são maravilhosos, e nós queremos estar junto com essas iniciativas”, afirmou.

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