Salvador

Ônibus voltam a circular na Ribeira, mas sindicato alerta: estamos em pânico

Publicado em 07/04/2015, às 10h38   Tiago Di Araujo (twitter: @tiagodiraujo)



Ainda com medo explícito, os rodoviários tentam voltar à rotina normal de trabalho na Ribeira, onde um ônibus da empresa Praia Grande foi incendiado e um cobrador teve 80% do corpo queimado. Na manhã desta terça-feira (7), os coletivos voltaram a circular no fim de linha do bairro após utilizarem a Baixa do Bonfim provisoriamente.
A decisão do retorno se deu após garantia de segurança da Polícia Militar, como afirma o diretor de Comunicação do sindicato dos Rodoviários da Bahia, Daniel Mota, em entrevista ao Bocão News. "Ontem conversamos com o comando da Polícia Militar e ficou combinado que a PM ia dar total apoio a gente. Assim, tiramos o fim de linha provisório e voltamos para o fim de linha normal", explicou. 
De acordo com Mota, a PM garantiu em reunião que equipes do Esquadrão Águia e do Grupo Especial de Repressão a Roubos em Coletivos (Gerc) passam a acompanhar os rodoviários no local das 4h da manhã até o final do plantão de pernoite. 
Mesmo assim, a sensação de medo ainda está presente nos trabalhadores. É o que assegura o sindicato da categoria. "É perceptível a aparência de pânico dos rodoviários. A inquietude é grande e o rodoviário ainda está inseguro", ressalta Mota ao lembrar que os autores do vandalismo e do atentado que queimou o cobrador ainda não foram identificados e capturados. 
O diretor do sindicato ainda frisou a sensação de insegurança da categoria em toda capital baiana. "Além dos rodoviários, a grande vítima é a sociedade, que sofre também com os assaltos e agressões físicas. São quase 600 assaltos desde o começo do ano", relatou. Mota ainda revelou que os casos já ocorridos nos bairros de Valéria, Mata Escura e Vale das Pedrinhas também já estão registrados na Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA).
O representante dos rodoviários voltou a enfatizar a necessidade de segurança para os coletivos e questionou: "Qual é o próximo bairro que vamos vivenciar um ato de violência? Não podemos viver e trabalhar assim. Estamos em pânico", finalizou. 
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