O presidente do Conselho Municipal de Saúde de Salvador criticou a decisão das clínicas particulares de suspenderem o atendimento dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) a partir da próxima segunda-feira (18). Segundo Antônio Almeida Sampaio, a situação se arrasta há tempo suficiente na cidade e que já é hora de haver uma intervenção federal na Saúde da capital baiana.Sampaio vê a decisão do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Estado da Bahia (Sindhosba) e a Associação dos Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Ahseb) como uma irresponsabilidade da prefeitura, incapaz de honrar seus compromissos. Os sindicatos alegam que não houve pagamento dos atendimentos do SUS a mais de 200 estabelecimentos nos meses de novembro e dezembro de 2012 e de janeiro deste ano, o que superaria R$ 15 milhões. Os pagamentos, em teoria, são feitos por meio de repasses federais.
“Necessitamos de uma auditoria externa que envolva o Ministério da Saúde, a Secretaria Estadual de Saúde, Conselho Municipal de Saúde, bem como os Ministérios Públicos Estaduais e Federais. Essa dívida com as clínicas e filantrópicas em diversos momentos é um poço sem fundo, nunca chega ao fim. Sai mês e entra mês e a Secretaria Municipal de Saúde está devendo. Sabemos que o novo secretário só tem um mês à frente da pasta, mas por que não pagou o mês de janeiro, que já é de sua responsabilidade?”, disparou o presidente do conselho.
Antônio Sampaio garantiu que na próxima reunião do Conselho de Saúde o secretário José Antônio Rodrigues Alves estará presente e explicará, entre outras coisas, os motivos para as falhas dos pagamentos de janeiro, a gravidade da decisão de recusar atendimentos e a real cifra da dívida com as clínicas. Ele também afirma que o conselho cobrará explicações sobre a prestação das contas por parte dos entes privados.
Postada às 10h07 do dia 16 de fevereiro
Foto: Reprodução TV Bahia
