Saúde

Sindimed denuncia caos no Hospital Roberto Santos, mas Sesab nega

Publicado em 17/04/2015, às 09h09   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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O Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed) informou que a nova gestão do Hospital Geral Roberto Santos fechou “em definitivo” dois leitos da UTI Geral. De acordo com o sindicato, o bloqueio de leitos no hospital é por falta de profissionais de enfermagem. Além das enfermarias, a UTI Geral também foi afetada com o fechamento de quatro leitos.
Ainda segundo o sindicato, no início deste mês, o governo contratou 60 enfermeiros e 200 técnicos para abrir os leitos. Apesar dessas contratações, a direção do hospital abriu somente dois dos quatro leitos bloqueados. O motivo da não reabertura, segundo o Sindimed, foi explicitado na última quarta-feira (15). Conforme o sindicato, os dois leitos restantes foram desativados definitivamente e um terço dos médicos plantonistas estão demitidos a partir de 1º de maio. Como compensação os profissionais que ficarem terão um reajuste de 25%.
O sindicato informa ainda que os médicos da unidade entendem o reajuste como um "cala boca" e defendem a reabertura dos leitos restantes com a manutenção de todos os plantonistas. Para vice-presidente do Sindimed, Luiz Américo, "reduzir o número de plantonistas significa diminuir a qualidade do atendimento com prejuízos para os profissionais e pacientes. Neste momento, é mais importante as condições de trabalho do que a questão financeira".
Em nota enviada à imprensa, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que não procede a denúncia de fechamento de leitos de UTI no Hospital Geral Roberto Santos. Segundo o órgão, está havendo uma ampliação de dois leitos e a unidade passará a contar com 20 leitos de UTI. A Sesab ainda informa que está ocorrendo uma reestruturação nos postos de trabalho para atender as diretrizes da RDC (Resolução da Diretoria Colegiada) do Ministério da Saúde que estabelece um médico para cada 10 leitos. Atualmente existem três médicos para 18 leitos. Ou seja, ultrapassa o quantitativo estipulado pela RDC. Em todo o Roberto Santos foram 70 leitos reabertos, incluindo 15 de UTI Neo. No estado inteiro foram 265 novos leitos em 100 dias.
Morte
De acordo com o Sindimed, na última quarta (15), o sindicato visitou a emergência do hospital e constatou a situação dramática dos pacientes. Foram identificados nove pacientes com necessidade de vaga em UTI e pelo menos dois que morreram nos últimos dias sem ter tido a oportunidade de ser atendido em uma unidade adequada.
Para Américo, não se justifica o fechamento definitivo dos leitos, "pode parecer pouco, mas dois leitos fazem a diferença para quem estáb agonizando na emergência. Parte dos que foram a óbito nos últimos dias poderiam estar vivos. Estes leitos podem atender cerca de 72 pacientes por ano".
O diretor do Sindimed criticou ainda a lógica perversa do corte de gastos ao afirmar que, considerando o reajuste proposto aos médicos, a economia seria de cerca de mil reais por dia, um valor pequeno considerando os demais custos de UTI. "A própria SESAB afirmou que já está economizando 20 milhões por mês. Desta forma não faz sentido economizar em uma área tão sensível como leitos de UTI", finalizou.

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