Saúde

Hospital da Criança suspende serviços por falta de repasse de verba

Publicado em 08/04/2015, às 06h57   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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O Hospital Estadual da Criança (HEC), localizado em Feira de Santana, a cerca de 108 km de Salvador, informou por meio de sua assessoria na última terça-feira (7), que a unidade corre o risco de ter seu pleno funcionamento suspenso a qualquer momento, por falta de repasse de verba do governo do estado.
A unidade hospitalar informou também que a falta de repasses já ocasionou a suspensão das cirurgias eletivas o que ocasiona a suspensão das marcações de consultas. Ainda por conta do atraso, na próxima segunda-feira (13) serão suspensas as atividades ambulatoriais. Além disso, os pacientes regulados também poderão sofrer consequências.
Ainda segundo o esclarecimento, o hospital está sem receber R$ 22,174 milhões, referentes a quatro faturas (dezembro de 2014, janeiro de 2015, fevereiro de 2015 e março de 2015).  Além disso, é destacado que a unidade está com o estoque de alimentos, materiais médicos hospitalares e medicamentos reduzido, e que pode esgotar até esta sexta-feira (10).
A Fundação Professor Martiniano Fernandes, entidade responsável pela administração do HEC salientou que a emergência atenderá somente os pacientes classificados como vermelho, ou seja, aqueles com risco iminente de vida.
Apesar da declaração da unidade de saúde, a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) garante que o HEC não terá os atendimentos suspensos em nenhuma hipótese.
A Sesab explica que caso a administradora da unidade, a Fundação Professor Martiniano Fernandes (IMIP) mantenha a posição anunciada de desonrar o contrato firmado em junho de 2013, a Sesab adotará as medidas necessárias de modo a garantir a continuidade dos serviços prestados à população.
Ainda de acordo com o comunicado do órgão, a empresa IMIP assumiu a gestão do HEC em junho de 2013, mas, desde o início do vínculo, não cumpre as metas estabelecidas. A título de exemplo, acentue-se que são ofertados atualmente 154 leitos, quando o contrato previa uma operação completa de 280 leitos. O descumprimento de metas foi identificado pela atual gestão da SESAB em janeiro de 2015, ocasionando um processo administrativo e aplicação de multa, com base no contrato de origem, da ordem de R$ 900.000,00 (novecentos mil reais), bem como a sinalização de novas deduções devido à baixa produtividade constatada na unidade. Paralelamente, a SESAB fixou o prazo de 45 dias, para que fosse ativado o serviço de cirurgia cardíaca pediátrica e expandida a ocupação dos demais leitos inativos. O não cumprimento das metas contratuais resultará, por lógico, na não renovação do contrato respectivo, cuja vigência se encerra em 31 de maio de 2015. A SESAB já deu início ao processo de seleção de novo prestador. 
Sobre os repasses financeiros à entidade, a Sesab informa que, desde o ano de 2013 o Hospital Estadual da Criança já vinha com três meses de atraso nos pagamentos mensais, mas na atual gestão foram realizados pagamentos tempestivos e regulares a partir do  mês de janeiro, e assim sucessivamente nos meses de fevereiro e março, totalizando o montante de R$ 20,4 milhões. A competência de dezembro de 2014 será paga até o quinto dia útil do mês de abril, em curso. Uma auditoria foi determinada e se encontra em andamento, para que seja feito um encontro de contas entre o valor devido pela Sesab e os haveres a que faz jus o Estado da Bahia referente ao não cumprimento de metas ajustadas no contrato em referência.

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