Política

"Tem diferença, não divisão", diz Wagner sobre nordestinos e sulistas

Paulo M. Azevedo
Para o petista, "divisão" entre Sul e Nordeste tem poder altamente destrutivo da democracia  |   Bnews - Divulgação Paulo M. Azevedo

Publicado em 28/10/2014, às 12h44   Aparecido Silva (Twitter: @CydoSylva)


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O resultado do segundo turno da eleição presidencial nesse domingo (26), com a presidente Dilma Rousseff (PT) sendo reeleita com larga margem de votos na região Nordeste do Brasil, voltou a ser o motivo usado por sulistas para atacar nordestinos logo após ser conhecida a derrota do presidenciável Aécio Neves (PSDB). 

Em sua página pessoal no Facebook, o deputado estadual eleito por São Paulo, Coronel Telhada (PSDB), sugeriu a "independência" das regiões Sul e Sudeste de "um país que prefere esmola do que trabalho", entre muitos outros disparates contra a ala nordestina brasileira. "Por que devemos nos submeter a esse governo escolhido pelo Norte e Nordeste? Eles que paguem o preço", dizia uma postagem do tucano insatisfeito com a vitória petista.

Nessa terça-feira (28), o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), criticou a onda de "separatismo" e preconceito contra o Nordeste. "Há diferenças, mas não divisão", sintetizou. "Se você somar os votos que ela [Dilma] teve no Sudeste é muito maior do que o que ela teve aqui. Teve mais eleitor votando nela lá do que aqui. Só que aqui ela abriu uma frente de votos muito grande", comparou Wagner.

O petista, que já contou ter sido alvo de preconceito em um restaurante na capital paulista, diz que esse caminho que insinua a existência de dois "brasis" está "começando a ficar perigoso". "Acho que as escolhas das pessoas não passa por aí. Essa coisa tá maculando. Existem dois projetos políticos distintos que se apresentaram ao Brasil inteiro para ricos e pobres, sulistas e nordestinos. Não tem nenhuma região que alguém foi zero. Ganhamos aqui, mas ele teve 30% dos votos. Ele ganhou em São Paulo, mas ela teve 35%", lembrou.
"Eu acho um besteirol, altamente destrutivo, com poder de destruição muito grande da democracia brasileira", avaliou o gestor do estado da Bahia. "Uma coisa é criticar o PT ou os erros do partido. Outra coisa é você generalizar e dizer que o PT é do Nordeste e fulano é do Sudeste. Isso é uma balela, uma mentira. A gente já governou o Rio Grande do Sul por duas vezes, já fomos prefeito de Porto Alegre quatro vezes e por aí vai", exemplificou.


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