O governo federal adiou a divulgação de indicadores sobre a economia e a educação por temor de que os dados negativos possam prejudicar a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) que concorre à reeleição contra Aécio Neves (PSDB).
Na última semana, o diretor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Herton Araújo, pediu exoneração após o governo proibir a divulgação de estudos realizados pelo departamento envolvendo dados públicos, o que teria gerado uma crise interna.
Reportagem da Folha de S. Paulo dessa quinta-feira (23) mostra que o desempenho dos alunos da educação básica em provas de português e matemática não deve se tornar conhecido até 26 desse mês. Os dados conhecidos até então, diz o diário paulista, revelam estagnação nos ciclos do ensino fundamental e do ensino médio, com dados abaixo da meta prevista.
No campo da economia, os dados sobre arrecadação só devem ser conhecidos no dia 29, próxima quarta-feira.
O líder do PSDB na Câmara Federal, Antônio Imbassahy (BA), considerou o adiamento uma "vergonha" e um "desrespeito". "Agora, Dilma proíbe a divulgação do desempenho dos nossos alunos e sobre a arrecadação de tributos do governo federal. Duas áreas que avaliações independentes e outros indicadores oficiais pioraram. Os funcionários do INEP, órgão responsável pela avaliação dos alunos, divulgaram carta pedindo autonomia, afinal não é justo esconder dados que pertencem aos brasileiros [...]", afirmou o parlamentar tucano.
